O Umbral
O Umbral é uma região limite que, no Canal Vermelho,
separa o Vale Negro do restante, onde se travam grandes combates, com espíritos
procurando escapar das Trevas e com os Bandidos do Espaço que atacam os que
estão desprevenidos e sem proteção, para levá-los a leilão.
Para o Umbral são conduzidos os espíritos de baixo
padrão vibratório, os escravizados pelo ódio, pela vaidade, os perdidos pelo
magnetismo de obsessores e sofredores pela sua própria energia mental.
No Umbral estão vários pontos de auxílio, mas o que
mais nos diz respeito é o Albergue de Irmã Lívia, que cuida de todos os
Jaguares que desencarnam em determinados padrões vibratórios, evitando que se
percam no Vale Negro.
Mas existe outro Umbral, região de Capela, plano
físico, onde o Homem ainda maldoso realiza trabalhos para evoluir, com
saudades, arrependimentos e com claras recordações, fazendo consciente exame de
sua trajetória e de seus atos quando encarnado na Terra.
Essa parte de Capela tem grande organização social, com
camadas distintas, vinte e um departamentos isolados um dos outros, como se
fossem mundos separados. Após passarem pelas Casas Transitórias, onde recebem
seu tratamento, ali chegam os desencarnados no nosso planeta que não conseguiram
alcançar o padrão vibratório que lhe daria condições de viver nos mundos mais
adiantados de Capela.
No Umbral, eles são encaminhados de acordo com suas
condições vibracionais e suas afinidades, indo juntar-se aos espíritos da mesma
faixa para trabalhar por sua evolução, sentindo em sua própria carne tudo
aquilo que costumava fazer aos outros, na Terra, desta forma conscientizando-se
do que produzia ao seu redor.
Ali estão previstas todas as oportunidades para
reequilíbrio e retificação das trajetórias desviadas, sob a direção de
espíritos também em provas, porém já mais evoluídos.
O desencarnado terrestre faz seu autojulgamento e sua
autocondenação. Enquanto uns progridem, com amor, tolerância e humildade,
outros se deixam ficar, mergulhados em seu egoísmo, em sua vaidade, e vão
ficando estacionados. Os que evoluem, mudam de departamento, indo integrar-se a
novo grupo afim. Os que não conseguem evoluir vão para as regiões abissais, no
interior da Terra, formando grupos terríveis em seus aspectos e aparências,
dominados pelo ódio, pela vingança e pela destruição.
UMA VIAGEM AO UMBRAL
Despertei num local bem escuro, era “noite”, o local
era tipo uma praia com algumas casas, uma pequena vila na praia, parecida com a
praia de “Pirambu-Sergipe” só que no local entre a praia e a vila de casas,
havia dunas, ventava muito e a temperatura era um pouco fria, mas nada acima da
média. Parecia uma temperatura entre 20 a 22 graus Celsius, o ar era bastante
úmido e estava bem nublado. A atmosfera não era nada agradável, mas estava
longe de ser o inferno, habitavam lá, pessoas muito parecidas ao plano
material/carnal, tanto na sua condição psicológica quanto na física.
Quando eu despertei, despertei andando entre as dunas
em direção a umas casas, ao meu lado, um pouco atrás de mim acompanhavam-me
duas mulheres, ao passar das dunas e já chegando próximo às casas eu comecei a
ouvir latidos de cachorro, olhei para a direita e via apenas uma escuridão, foi
aí que o latido ficou mais forte e vi um cachorro sair da escuridão e vir em
nossa direção. As mulheres se assustaram e começaram a correr, eu disse: fiquem
quietas, então eu fui na direção do cachorro e comecei a acalmá-lo até que ele
parrou de latir, ficou andando em círculos ao meu redor e começou a cheirar meu
pé e depois voltou para o local que ele saiu. Logo depois nós continuamos a
andar e entramos numa casa, havia muitas entidades desencarnadas por lá, todos
estavam muito agitados e falavam muito ao mesmo tempo, então um jovem começou a
falar: eu tenho que sair daqui, eu não quero ficar aqui, vou embora, e me
chamou para sair dali.
Eu aceitei e fomos em direção a praia, começamos a
andar sobre as dunas, eu parei um pouco e comecei a olhar o mar e vi um rapaz
próximo da água, montado em algo que parecia ser uma moto, ele era bem branco e
loiro, parecia um sufista, por causa do seu estilo de se trajar, ele estava só
com a cabeça baixa e parecia imerso na sua solidão; então o jovem que ia na
minha frente me disse: venha, vamos, e voltamos a andar. Depois ele disse: eu
conheço uma passagem que vai nós levar para fora daqui, ele correu e desceu bem
rápido por uma duna, eu fui atrás e vi que o local que ele foi era para baixo,
era uma escuridão enorme, havia uns coqueiros e uma mata densa, eu parei e
pensei: esse jovem não está sendo sincero comigo, vou voltar, foi aí que
definitivamente eu me dei conta de onde estava e quando comecei a voltar à vila
senti uma dificuldade enorme de andar, eu estava sendo sugado para aquela
ladeira que levava à escuridão. Parecia que eu estava empurrando uns 100 Kg,
esse tipo de sensação é típico de quando estamos em regiões bem densas, eu
fiquei muito próximo ao local que aquele rapaz queria me levar, essa sensação é
a gravidade do local, quanto mais inferior o local maior será o peso da
gravidade e você irá sentir mais dificuldades para se locomover. (Às vezes
nessas regiões umbralinas, podemos encontrar entidades sorrateiras que usam das
mais variadas arte manhas e tentam sequestrar os desencarnados às regiões das
trevas, ou atrapalhar e confundir algum trabalhador que queira ajudar aos
desencarnados que sofrem).
Fiquei com um pouco de medo, pois não conseguia andar,
então me acalmei fechei os olhos e disse: agora vou voltar para vila! Depois
disso, comecei a me deslocar rapidamente através do pensamento e derrepente
abri os olhos e estava novamente na vila, fui em direção a uma casa e entrei,
ali vi duas crianças que brincavam numa cama, uma delas me abraçou, depois
entrou no quarto uma mulher morena, sua tez era cor de canela, amendoada, rosto
oval, olhos levemente puxados e de cor verdes, eu olhei para ela apontei para
uma criança e disse: essa pulou em cima de mim e me abraçou, depois sorri
levemente, ela me olhava com uma cara de assustada e disse: nós não queremos
ficar nesse local, queremos ir embora, eu olhei para ela, fiquei um pouco
preocupado e compreendi que aquelas pessoas ainda iriam ficar por muito tempo
no umbral (o umbral é uma nomenclatura espírita, esse local é uma espécie de
purgatório), fiquei por um tempo olhando pensativo para aquela mulher, e com
uma leve sensação de que eu nada poderia fazer, logo em seguida comecei
levemente a voltar para o meu corpo, cheguei ao meu quarto; literalmente voltei
ao meu corpo e comecei a abrir os meus olhos, olhei um pouco ao redor do quarto
e pensei: agora é hora de escrever e passar essas informações a quem tem
interesse.
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