Salve Deus mestres.
A visão espiritual requer do médium
um real conhecimento doutrinário e uma conduta moral exemplar dentro daquilo
que lhe é possível, dando ao médium uma perfeita sintonia com os mentores que
lhe assistem.
O perigo da interferência é constante, tanto na
vidência como nos transportes e desdobramentos que fazemos. Quem nos guia nessa
estrada é o nosso padrão mental, pois o intercâmbio é desfeito num simples
momento de desarmonia.
Veja o perigo que corri quando não estamos bem
harmonizados e em sintonia com os planos iluminados.
Eu saí do corpo aquela noite em busca do meu mentor,
que todas as noites me esperava para ministrar os preciosos ensinamentos na minha
vida. Alguns meses já haviam se passado e eu agora estava confiante a ponto de
não mais por em prova todas aquelas manifestações, que antes constituíam o meu
inferno em vida. Sim, muita coisa havia acontecido e muito havia aprendido
durante todo aquele tempo.
O nosso ponto de encontro, nosso segredo ou nossa senha
estava clara e exclusivamente no cruzamento de nossas forças. Ele me aguardava
silenciosamente sentado num tronco embaixo de uma árvore e ali me colocava no
seu canal. Era muito bonito: parecia um pôr-do-sol; a paisagem me era como um
bálsamo dos céus, como somente um anjo poderia me pintar com todo seu amor. Era
um quadro muito bonito ver aquele velho tão sábio, aquele mentor sideral, numa
atitude tão humilde. Então ali nos entrelaçávamos numa perfeita sintonia, que
se constituía e se constitui a única porta possível, por onde muitas e ricas
lições eu recebia e recebo até hoje.
Nesse dia saí do corpo em sua busca. Entretanto não o
avistei no lugar de costume e nem avistei a nossa velha árvore, que era a
primeira coisa a se fazer visível quando para lá me dirigia. Dessa vez, a minha
tão amiga paisagem não se fez presente aos meus olhos.
Nesse momento, alguém me abraçou e eu o reconheci. Era ele,
meu querido Pai. Andamos juntos uns vinte metros, quando percebi que se tratava
de uma mistificação. Automaticamente o espírito se apresentou. Pulou metros à
frente e começou a zombar da minha situação. Perplexo, fiquei sem saber como agir.
Procurei imediatamente o amparo de Pai…, mas não o encontrei em parte alguma.
Ele então, o mistificador, começou a zombar da minha situação:
- Pensou que eu fosse Pai… não é seu palhaço?
Cuspia no chão e fazia gestos obscenos, rindo da minha
cara e xingando-me de tudo que lhe vinha à mente.
Meu primeiro impulso foi o medo; entretanto estava
muito mais avinhado em transportes e vidências do que antes, quando nada conhecia;
procurei por Pai… e nada avistei a não ser o escuro etérico e aquele espírito
numa dança zombeteira a meu respeito. Tentei ainda elevar meus pensamentos mas
quando entramos no circuito ou canal de um espírito não é fácil sair, sobretudo
quando não se trata de um iluminado. Ele, percebendo, riu e ganhou ainda mais
confiança na situação que lhe parecia ganha.
Entretanto nem ele nem eu esperávamos o que em seguida
aconteceu. Pai… estava do meu lado, mas não se fez visível também para me dar
àquela lição, e somente com a ajuda dele consegui sair do canal daquele
espírito.
Aprendi a rica lição daquela noite. Sem saber, aquele
espírito me ensinou o risco que corremos quando não estamos harmonizados com os
planos de Deus, e como somos vulneráveis quando estamos vaidosos e orgulhosos
do que somos. Na verdade, tudo deve ser conduzido pela lei do amor.
Salve Deus mestres, cuidado na hora de dormir. Vamos
ter cuidado ao sairmos do nosso corpo. Essa é uma das horas mais perigosas no
nosso dia. Que Jesus nos abençoe.
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