segunda-feira, 14 de outubro de 2013

Aramê

 
 
 
No período de sua Prisão, mestres e ninfas ficam sob a ação dos cobradores, o que os leva a um estado mais sensível e irritadiço, além de achaques e perturbações físicas que aparecem nessa fase. Os espíritos, perdidos no ódio, na vingança, nos rancores, chegam ao recinto do trabalho já emanados pela Espiritualidade Maior, que os mantém contidos durante todo o período da Prisão.
Apenas têm o desejo de cobrar por todo o mal que lhes foi feito, mas seu ódio já está enfraquecido pela emanação de amor que lhes chega, contentando-se, então, em verificar se houve realmente transformação, uma verdadeira mudança de sentimentos, em seus algozes do passado, e se satisfazem com uma cobrança muito reduzida. Este mínimo cobrado é que tem que ser satisfeito pelo médium durante seu trabalho de Prisão. Com amor e humildade, o médium prisioneiro deve colher seus bônus e trabalhar o máximo que puder na Lei do Auxílio, aceitando, com tolerância, as dificuldades que lhe forem criadas pelo cobrador nesse período.
Ao se iniciar o Aramê, todos os nossos cobradores se fazem presentes, ficando contidos pelas redes magnéticas lançadas pelos Cavaleiros Verdes. Ali está, também, toda a energia recolhida pelos bônus, separados médium por médium. Essa energia tem que ser classificada, separada, manipulada e depositada de acordo com cada prisioneiro e seu respectivo cobrador, porque cada um receberá de acordo com seu merecimento.
Os Pretos Velhos fazem a primeira manipulação da energia concentrada pelos cantos e emissões da abertura do trabalho, unificando e filtrando as forças.
O canto do representante do 1º Cavaleiro da Lança Vermelha projeta uma intensa força desobsessiva que ilumina as mentes dos cobradores, eliminando a ação negativa de outros espíritos desencarnados.
Em seguida, os Caboclos e os Cavaleiros de Oxóssi projetam poderosa força que vai permitir aos cobradores abrirem seus olhos e enxergar, pela primeira vez, após tantos séculos de escuridão.
Com a Contagem, os cobradores recebem as forças recuperadoras de seus sentimentos, de sua razão, fazendo com que perdoem aqueles que julgavam ser seus inimigos, e, pelas Elevações dos Doutrinadores, são conduzidos para planos espirituais superiores, onde são recolhidos em albergues e hospitais para sua recuperação e posterior continuação de suas jornadas.
O Aramê é um trabalho onde a libertação de prisioneiros é feita em grupos, uma vez que se caracteriza por faltas cometidas em coletividades, isto é, combates e campanhas que envolveram o desencarne de muitos inocentes e indefesos, em demandas territoriais, pelas ocupações violentas, questões de terras e posse de bens materiais, sem a característica de confrontos pessoais, transcendentais, que devem ser resolvidos no Julgamento.
No Aramê, de modo geral, o espírito só conhece aquele que foi sua vítima do passado no momento do reencontro, porque não havia individualização nos confrontos. Reis, nobres, governantes, generais, senhores de engenho e outras figuras de destaque e de poder, empenhados em suas ações guiadas pela ambição, pela vaidade e pelo orgulho, devastaram plantações e povoados, mataram ou mandaram matar milhares de pessoas inocentes, cuja única falta foi estarem atravessados em seus caminhos, ocupando habitações e terras objeto da cobiça desses poderosos, o que lhes custou perseguições, violências e morte.
No Aramê se juntam grupos de combatentes e perseguidores de uma mesma época, de uma mesma campanha, com o objetivo de obterem o perdão e a consequente libertação de suas vítimas.
Isso deve estar bem claro para o comandante do trabalho, especialmente no que diz respeito à fase final, na hora da Contagem, que deve ser voltada para o esclarecimento e iluminação das mentes dos que ali estão, encarnados e desencarnados, visando obter o perdão daqueles que ficaram perdidos, por tanto tempo, no ódio, no rancor e na vingança.

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