Uma hora virá em que a senda terrestre se te revelará sob nova expressão.
Hora em que te despedirás de todos os patrimônios que desfrutaste no mundo...
Em que compreenderás na Terra a escola que te serviu generosamente....
Em que verás no corpo a armadura bendita a garantir-te o aprendizado...
Em que reconhecerás no ouro e na posse valiosos empréstimos do Divino Poder que detiveste a título precário...
Hora em que desejarias ter sido a melhor das criaturas para que a simpatia dos outros te acalente a alma inquieta...
Em que todos os nobres ideais não cumpridos surgirão a teus olhos, perguntando: - "por que nos esqueceste?..."
Em que a luz da memória te fará lembrar dia por dia, devolvendo-te a plantação do caminho percorrido em forma de colheita...
Hora em que o pensamento, por mais célere, não recuperará os minutos perdidos, em que as mãos, por mais diligentes, não conseguirão retroceder para realizar a tarefa menosprezada e em que a língua, por mais culta, não conseguirá recuar para refazer as palavras irrefletidas.
O aprendiz chega ao dia da aferição de aproveitamento, o operário atinge a ocasião em que será julgado pela obra feita...
Alcançarás, igualmente, a hora inevitável em que cessará tua presença visível entre os homens para que a Terra te julgue.
Vive, assim, de acordo com a simplicidade do amor e com os ditames da verdade, plasmando o bem por onde transites, sem olvidar os tesouros do tempo, de vez que o mal em nosso espírito, ainda mesmo quando estejamos libertos da algema física pela graça da morte, será sempre o inferno que não nos permitirá viver o Céu nos Céus.
(Do livro "Semeador Em Tempos Novos", Emmanuel, Francisco Cândido Xavier)
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