domingo, 31 de outubro de 2010

Bezerra de Menezes




A CORAGEM DA FÉ

Filhos, as páginas que ora vos endereçamos do Mais Além, reunidas
neste singelo opúsculo, foram escritas tão-somente com o propósito de
encorajar-vos na luta pelo ideal que abraçastes, sob o pálio da doutrina do
Evangelho Restaurado, que é o Espiritismo, perseverando, sem
esmorecimento, na tarefa da própria renovação que, sem dúvida, se vos
constitui no objetivo maior da existência.

De nada vale o brilho da inteligência, se o coração permanece às
escuras.

A reencarnação que não promove o renascimento moral da criatura,
não passa de ato que não está à altura de sua transcendência e significado.

O conhecimento espírita é, sem dúvida, a melhor oportunidade de
conscientização para o homem que pretende libertar-se do cativeiro de
milenar comodismo espiritual, afastando-se, em definitivo, das sinuosas
estradas da ilusão, com, até então, diminuto aproveitamento das lições que lhe possibilitam o crescimento diante da Vida.

Refletindo, assim, sobre o teor de vossas responsabilidades nos deveres
que sois chamados a cumprir na Seara, uma vez que não mais vos será
possível o recuo, sem graves comprometimentos de ordem cármica, não
olvideis a sábia advertência que o Mestre dirigiu aos cristãos de todos os
tempos: "Todo aquele, pois, que me confessar diante dos homens, também eu o confessarei diante de meu Pai, que está nos céus; e o que me negar diante dos homens, também eu o negarei diante de meu Pai, que está nos céus."

Bezerra de Menezes


PERSEVERAI

Filhos, perseverai no testemunho da fé espírita que abraçastes, ante a
revivescência do Evangelho do Senhor.

Não recueis ante as provas que vos são necessárias ao burilamento.

Sustentai a coragem na luta, conscientes de que toda conquista nos
domínios do espírito reclama esforço e sacrifício continuados.

Ninguém ascende aos Cimos de passo preso à retaguarda.

A Doutrina Espírita liberta o pensamento, no entanto aquele que
procura superar o comodismo intelectual de séculos sempre encontrará
oposição.

É natural, pois, que as trevas conspirem contra os vossos anseios de
elevação.

Os espíritos, quer encarnados, quer desencarnados, habituados à
mesmice em que vivem, haverão de pelejar para vos desalentar em vossos
novos propósitos na existência.

Muitos vos tentarão com o imediatismo dos prazeres mundanos e com
as facilidades materiais do caminho.

Outros urdirão sofismas, com o intento de vos afastar dos objetivos
superiores que concentrastes, na necessidade de renovação íntima.

Sem que percais de vista a trajetória do Cristo, não olvideis que a obra
da redenção humana diz respeito a cada espírito em particular.

A hora do testemunho é uma hora solitária.

Em torno, apupos e injúrias, hostilidade e incompreensão.

Não raro, amigos e companheiros permanecerão à distância, vos
contemplando as reações.

Convosco, não tereis por escora, na áspera subida, outra que não seja a
cruz que vos pesa nos ombros.

Quase ninguém vos verá o pranto que se vos escorre na face,
confundindo-se com o suor derramado no cumprimento do dever.

Inevitável, a sensação de extremo abandono dos homens, que vos deve
induzir a bem maior confiança em Deus.

Filhos, não permuteis o que é eterno pelo que é transitório.

Embora sob duros reveses, insisti na prática do bem aos semelhantes e
tomai a iniciativa do perdão, na certeza de que o tempo urge e que, ao termo da vossa caminhada sobre a Terra, não tereis outro Céu que não seja o da
consciência tranqüila.

Bezerra de Menezes

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