segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Reili e Dubale





Reili e Dubale 

Cavaleiros da Luz de Oxan-by, Raio de Olorum, foram dois cavaleiros mercenários que, ao se depararem com Jesus, subindo em seu calvário, despertaram para o Amor, graças ao poder do olhar do Divino e Amado Mestre.

São os que representam a força da libertação dos espíritos acrisolados no ódio, e se fazem presentes nos Julgamentos e Aramês.

Hoje, formam suas tropas - turnos - com os Jaguares do Amanhecer para a realização de grandes fenômenos desobsessivos.

O médium, ao fazer sua opção por um dos dois turnos - Reili e Sabarana; Dubale e Doragana -, passa  a receber a projeção dessa poderosa força. 

A opção do Mestre determina a de sua Ninfa, isto é, se o Mestre escolher Reili, sua Ninfa será Sabarana; se escolher Dubale, a sua Ninfa será Doragana.

A Ninfa que não tiver Mestre pode optar livremente pela que sentir mais harmonia: Sabarana ou Doragana.

R E I L I  E  D U B A L I

Meu filho Jaguar, Salve Deus!

Filho: para que a criatura cumpra, fielmente, os desígnios desta Doutrina, é indispensável que desenvolva os seus próprios princípios divinos. É preciso que se sacrifique em favor de grande número de espíritos que se desviam de Jesus. É preciso, filho, que esteja no luminoso caminho da fé, da caridade e da virtude do Espírito da verdade, e se dedique, principalmente, àqueles que tombaram dos cumes sociais, pelo abuso do poder, da autoridade, da fortuna e da inteligência.

Eu seria feliz se os visse na paz e na compreensão de Reili e Dubali, dois temíveis e valentes mercenários, que, na presença de dezenas de homens, se degladiavam no ódio e no rancor, jurando que se matariam tão logo se encontrassem.

Quis a vontade de Deus que aqueles brutos, que respeitavam o regulamento, que não permitia que dois comandantes ou capitães se batessem em frente à tropa, pois seria covardia se assim procedessem, no instante preciso, subissem o Calvário, sem olhar para trás, não sabendo um por onde o outro caminhava, sem um ver o outro, pois subiam um por cada lado.

Os dois, novamente se confrontaram, porém sem notar um a presença do outro. Ambos estavam, com a atenção voltada para um grupo de homens e mulheres que choravam, enquanto outros riam de Jesus . . .

Era Jesus de Nazaré que subia o morro, carregando a sua cruz. Os dois brutos estavam de olhos parados, quando Jesus, descansando, com o olhar amargurado, lançou-lhes seu olhar cheio de ternura, como se lhes dissesse:

FILHOS, AMAI-VOS UNS AOS OUTROS! . . .

Dubali, olhando para Reili, deixou cair a sua lança, e Reili seguiu seu gesto. Os dois se abraçaram, vendo que nenhuma dor poderia ser igual a de Jesus.
Abraçados, ouviam os chicotes dos soldados de César. Dubali, chegando bem pertinho de Jesus, ofereceu-lhe todo o seu exército para salvá-lo. Reili fez a mesma oferta. Jesus não quis, dizendo:

O MEU REINO NÃO É DESTE MUNDO!

Dubali e Reili saíram dali com os corações cheios de dor. Porém, não esqueciam aquele olhar de profundo amor e de esperança. Aquele olhar modificara totalmente o curso de suas vidas. Saíram dali e voltaram para junto de suas tropas. Os dois, sem dizer uma palavra, deram-se as mãos. Dubali chegou à sua tropa e, como que por encanto, todos vieram ao seu encontro, perguntando:

Viu Jesus de Nazaré?

Vimos. Sentimos o seu olhar! . . . Estamos cheios de esperança.
Nisso, o grande exército de Reili foi chegando. Ninguém se moveu. Estavam todos extasiados.

Reili foi descendo e, num impulso, novamente se abraçou com Dubali. Agora, estavam em frente às suas tropas. Para resumir, filho, os dois se juntaram, formando uma grande força.

Sim, filho, é como te vejo, o teu impacto ao chegar nessa Doutrina.

Sim, filho, os valentes não abandonaram suas tropas, não dispuseram de seus dependentes. Porém, juntos continuaram no mesmo caminho. Sentiam-se irmãos, porque Jesus, com seu olhar, dissera tudo. Até Galba e Tanoro, que se consideravam inimigos e eram mantidos à distância pelos seus chefes, ao se reverem, se abraçaram na presença de Reili e Dubali.

Sim, filho, o olhar de Jesus abençoara aquela tribo. Todos, emocionados, tiveram os olhos rasos de lágrimas. Porque, filho, não ficou ali só a graça de Jesus. Já seria suficiente que aqueles dois líderes tivessem em seus corações e em suas mentes aquele olhar . . .

Quarenta dias passaram sem que os dois fidalgos soubessem o paradeiro de Jesus de Nazaré. Tinham medo de falar em seu Santo Nome. Tinham medo de falar e perder aquele encanto, aquela luz de esperança, aquela alegria de viver, aquela sublimação tão bela que haviam adquirido. Não perguntavam um ao outro o que deveriam fazer. Sabiam o que era bom para eles: “AMAI-VOS UNS AOS OUTROS”. Ambos viajavam, calados, quando Dubali quebrou a sintonia daquele silêncio.

Como se sente?

Bem. A esperança do mundo está dentro do meu coração. Sinto desejos pela minha Sabarana.

Sorriam, quando uma carruagem parou, e um ancião angustiado lhes pediu:

Senhores! Pagamos tudo o que quiserem, mas vão salvar meu filho, minha nora e meus netos, que estão presos nas garras do povo de Zairo. Vão tomar nossa pequena dinastia e juntá-la ao povo dele.

Os dois se entreolharam, e partiram para a luta. Porém, foi diferente. Procuraram o chefe, e os três dialogaram. Fizeram um ataque. Não morreu ninguém e os assaltantes fugiram dali. Reili e Dubali repartiram os seus honorários, e continuaram em suas batalhas. Mas, jamais perderam o amor de Jesus.

Finalmente, o desejo de Reili teve fim. Chegaram à mansão de sua linda Sabarana. Porém, quem veio recebê-los foi a bela Doragana:

Oh, meu querido cunhado! Vimos Jesus, Jesus de Nazaré! Levamos Sabarana e Ele não a curou.

Onde ela está? – Perguntou Dubali.

Aqui – falou a linda Sabarana, chegando com dificuldades e abraçando Reili, que estava com os olhos cheios de lágrimas, repetindo:

Vistes Jesus de Nazaré e ele não te curou?

Sim! Ele me disse: “Pagarás centil por centil . . .”

Dubali colocou a mão sobre sua boca, não a deixando mais falar. Com firmeza, falou:

Jesus de Nazaré! Eu te amo, porque enchestes de amor a minha vida. Devolva a visão a esta mulher, que é a vida de meu irmão, e, juntos, pagaremos centil por centil tudo o que devemos . . .

Nisso, apareceu uma luz radiante e Sabarana voltou a enxergar.

Sim, filho, eis porque Dubali fez aquela cura: Jesus de Nazaré modificara seu coração, de verdade mesmo, pois não sentiu revolta contra Jesus. O seu amor, a sua confiança eram tão grandes que não vacilou. Então, Jesus o ouviu e a curou.

Por que, filho, não ser como Dubali e Reili? Sentir o seu amor e confiar, ter confiança. Jesus de Nazaré nada pede, nada exige. Nada pediu ou exigiu daqueles brutos e, no entanto, eles os sentiram tanto, tão profundamente, a ponto de curar Sabarana.

Dubali se apaixonou pela bela Doragana. Porém, continuaram sua jornada. Sim, filho, é preciso muita confiança em Cristo. Sem nada oferecer de ti mesmo, receberás a luz do Santo Evangelho.

Lembra-te, filho: o grande ciclo vai se fechar. Horas chegarão, da tua individualidade. Continue amando em teus encontros sinceros. Viva os teus desejos, as tuas paixões, porém em uma só filosofia: SER HONESTO CONTIGO MESMO. Farás, filho, tudo o que quiseres, na força da cura desobssessiva.

Salve Deus, filho! Quantas vezes pensei em ver-te na figura de Reili e Dubali. Porém, filho, minha esperança não morre . . .

Quantas vezes morro, aos pouquinhos, ouvindo um filho dizer:

Vou deixar a Corrente. Minha vida está muito mal. Vou deixar a Corrente. Trabalho, trabalho, e não tenho coisa alguma . . .

Eu sofro ao ver tanta incompreensão. Deixam milhares de sofredores esperando, as suas vítimas do passado, e não esperam nem mesmo a benção de Deus para serem felizes. No primeiro impacto, deixam de acreditar até mesmo em sua individualidade, sem dar tempo para receber as pérolas dos anjos e santos espíritos, que são a recompensa do trabalhador.

Cuidado, filho. Siga o exemplo de Reili e Dubali!

Com carinho, a Mãe em Cristo.
TIA NEIVA
Vale do Amanhecer, 24/11/81.

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