sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

CASAMENTO



CASAMENTO

O casamento ou matrimônio é o sacramento que traz a bênção divina à união entre duas pessoas que desejam estabelecer um lar, legitimizar sua prole, satisfazer sua inclinação afetiva, sendo o complemento espiritual do ato jurídico. Por ser um sacramento, o casamento dá ao amor dos cônjuges uma profunda condição sobrenatural, deixando de ser um mero equilíbrio no campo humano para ser uma co-realização do amor espiritual, recebido diretamente do Cristo, através da bênção do Ministro Acapu, para a sociedade e para os companheiros.
Tia Neiva sempre nos disse que o casamento, base da família, deve sempre ser encarado como coisa muito séria.
Nos primeiros escritos da Bíblia, em Gênesis, vamos encontrar:
1,27-28: Criou Deus, pois, o homem à sua imagem, à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou. E Deus os abençoou e lhes disse: “Sede fecundos, multiplicai-vos, enchei a Terra e sujeitai-a; dominai sobre os peixes do mar, sobre as aves dos céus, e sobre todo animal que rasteja pela terra!”
2,24: Por isso deixa o homem pai e mãe, e se une à sua mulher, tornando-se os dois uma só carne.
O amor conjugal é, antes de tudo, um amor plenamente humano, isto é, sensível e espiritual, ato do livre arbítrio, destinado não só a manter-se mas, também, a crescer continuamente, mediante as alegrias e as dores, as dificuldades da vida cotidiana, proporcionando ao homem e à mulher a superação das  passagens cármicas, pensando e agindo como uma só alma e um só coração, em busca da perfeição humana.
Vemos, no Antigo Testamento, que os patriarcas e as suas contemporâneas sociedades são dominados pela idéia da fecundidade dos casais, com suas vidas conjugais subordinadas à procriação. A esterilidade era um castigo divino e nem a mais delicada ternura conjugal podia consolar o drama de uma mulher estéril. O que caracterizam os velhos textos é o símbolo do matrimônio para a união de Deus com o povo escolhido, priorizando o amor conjugal.
Através da História da Humanidade, em seus vários segmentos, tanto orientais como ocidentais, podemos acompanhar que a idéia do matrimônio se baseia, de modo geral, na bondade previdente, na benevolência ativa, na bela ternura misericordiosa de Deus para aqueles que O escolhem para dirigir suas vidas, com a união de homem e mulher feita pelo elo divino do casamento.
É nas Escrituras que encontramos variadas citações sobre o casamento – ou as bodas – de Deus com a Igreja, com povos e até mesmo com cidades. Isso nos mostra a profundidade dessa união espiritual. Isso caracteriza no casamento o sentido geral do vínculo matrimonial, ou seja, a íntima união do homem com a mulher tal como Deus a quis desde o princípio, constituindo-se num símbolo religioso da mais alta importância. Essa significação simbólica, típica e oculta que o matrimônio encerra em si outorga-lhe a sua excelência e dignidade, e dita aos cônjuges os seus mútuos deveres, uma vez que a união do homem e da mulher figura a união de Cristo com a sua Igreja. Esta união é o modelo perfeito a ser imitado pelo enlace dos cônjuges.
O casamento cria, como todo contrato, um vínculo ou laço entre os cônjuges, que são os contratantes, que gera o vínculo conjugal, a relação estável do homem com a mulher, que se comprometeram, um com o outro, de erigir um lar, de ajudarem-se mutuamente na alegria e na dor, na fortuna e na pobreza, na saúde e na doença, e gerar e educar filhos. São laços morais e jurídicos, dentro de deveres recíprocos, aos quais não podem subtrair-se os cônjuges por sua própria vontade.
Não pode o homem usar o matrimônio para escravizar uma mulher mas, sim, usá-lo para buscar o bem e a felicidade para ela e para seus filhos. Para isso, tem que reconhecer dificuldades a serem vencidas, principalmente porque a união se faz, na maior parte das vezes, em função das metas cármicas, cujo resgate tem que ser feito com tolerância, muita humildade e insuperável amor, atendendo às metas transcendentais daqueles espíritos que se uniram para a formação de um lar.
E esse sacramento do matrimônio é indissolúvel. Enquanto sacramento, isto é, celebrado entre o Céu e a Terra, com nobreza de propósito e sinceridade dos sentimentos, só é desfeito pelo desencarne de um dos cônjuges. No Novo Testamento temos uma importante passagem, em que Jesus nos fala da indissolubilidade do sacramento do casamento:
MATEUS: 19, 3-11: Então, chegaram ao pé dele os fariseus, tentando-o, e dizendo-lhe: “É lícito ao homem repudiar sua mulher por qualquer motivo?” Ele, porém, respondendo, disse-lhes: “Não tendes lido que aquele que os fez no princípio, macho e fêmea os fez?” E disse: “Portanto, deixará o homem pai e mãe, e se unirá à sua mulher, e serão os dois numa só carne? Assim, não são mais dois, mas uma só carne. Portanto, o que Deus juntou não o separe o homem!” Disseram-lhe eles: “Então, porque mandou Moisés dar-lhe carta de divórcio e repudiá-la?” E disse-lhes ele: “Moisés, por causa da dureza dos vossos corações, vos permitiu repudiar vossas mulheres; mas, ao princípio, não foi assim! Eu vos digo, porém, que qualquer que qualquer que repudiar sua mulher, não sendo por causa de prostituição, e casar com outra, comete adultério; e o que casar com a repudiada também comete adultério.” Disseram-lhe seus discípulos: “Se assim é a condição do homem relativamente à mulher, não convém casar!” Ele, porém, lhes disse: “Nem todos podem receber esta palavra, mas só aqueles a quem foi concedido.”
A realidade do matrimônio, dentro de suas origens bíblicas e que nos foram reveladas pelos patriarcas e profetas, pelos evangelistas e historiadores, é um sacramento que alia as leis divinas positivas às leis divinas naturais, com o fim primário objetivo da procriação e educação da prole e com o fim secundário da ajuda mútua do homem e da mulher na manutenção mútua de seu equilíbrio moral e físico, na harmonização de suas atividades sexuais e sociais.
O casamento é um contrato consensual, e da honestidade e pureza daqueles que o vão contratar, vai depender de ser ou não um sacramento, porque a verdade é clara para a Espiritualidade Maior, e só serão abençoados como um sacramento aqueles que tiverem por base o amor verdadeiro e não  interesse de qualquer um dos cônjuges em enganar ou burlar esse contrato.
Na Doutrina do Amanhecer, o sacramento do matrimônio tem por base o contrato matrimonial, e os noivos recebem as bênçãos do Ministro Acapu quando, na sua individualidade, se dispõe a uma ligação voluntária e pretendida para a consumação de um verdadeiro amor, que tem como fonte suprema os poderes de Deus Pai Todo Poderoso. Essa projeção de força vai ajudar na manutenção dos princípios básicos do novo lar, com proteção de forças extracósmicas, dissolução de cargas negativas de inveja, ciúme e maldade e, o que é mais importante, dando a harmonia e a intuição para problemas surgidos com a marcha cármica do casal, na formação da família, momento em que reencarnam cobradores destruidores da paz naquele lar, e que só poderão ser contidos com a perfeita harmonia e verdadeiro amor do homem e da mulher abençoados pela Espiritualidade Maior.

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