domingo, 18 de julho de 2010

Felicidade

"A felicidade não pode estar onde a colocamos, com a nossa cegueira terrestre, mas no compreendermos a Vontade Divina"

- E nada esperas da Terra no que se refere a possível felicidade neste mundo?!

- A felicidade não pode estar onde a colocamos, com a nossa cegueira terrestre, mas no compreendermos a Vontade Divina, que saberá localizar a ventura para nós, como e quando oportuna. Não temos uma só vida. Teremos muitas.

O segredo da alegria reside em nossa realização para Deus, através do Infinito. De etapa em etapa, de experiência em experiência, nossa alma caminhará para as glórias supremas da espiritualidade, como se fizéssemos a laboriosa ascensão de uma escada rude e longa. . . Amar-nos-emos sempre, meu avô, através dessas numerosas existências. Elas serão como anéis na cadeia de nossa união ditosa e indestrutível. Então, mais tarde, vereis que a vossa neta, dentro da sua realidade espiritual, se encontrará convosco, com a mesma compreensão e com o mesmo amor imperecível, na região da felicidade real que a morte nos descerrará, com os seus sepulcros de cinzas dolorosas!

Atualmente, aos vossos olhos serei, talvez, sempre triste e desventurada; mas, no íntimo, guardo a certeza de que as minhas dores constituem o preço da minha redenção para a luz da Eternidade.

Segundo me falam os augúrios do coração em suas vozes silenciosas e secretas, não terei um lar constituído, especialmente, para a minha ventura nesta vida!

Viverei incompreendida, de coração dilacerado no caminho acerbo das lágrimas remissoras! O sacrifício, porém, será suave, porque, na sua exaltação, sinto que encontrarei a estrada luminosa para o reino da Verdade e do Amor, que Jesus prometeu a todos os corações que confiassem no seu nome e na sua misericórdia bendita!

Os olhos de Célia elevaram-se para o Alto, como se o espírito aguardasse, ali mesmo, junto do velho avô, as graças divinas vislumbradas pela sua crença cheia de luminosidade e de esperança.

Cneio Lucius, todavia, aconchegou-a de mansinho ao coração, como se o fizesse a uma criança, falando-lhe com acentuada ternura:

- Filhinha, estás cansada! Não te justifiques por mais tempo. Conversarei com Helvídio a respeito dos teus mais íntimos pensamentos, elucidarei a tua situação perante o seu conceito.

(Extraído do livro "50 anos depois" de Emmanuel, psicografado por Chico Xavier)

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