Meu amigo, ninguém te pede a santidade dum dia para outro.
Ninguém reclama de tua alma espetáculos de grandeza.
Todos sabemos que a jornada humana é inçada de sombras e aflições criadas por nós mesmos.
Lembra-te, porém, de que o Céu nos pede solidariedade, compreensão, amor...
Planta uma árvore benfeitora, à beira do caminho.
Escreve algumas frases amigas que consolem o irmão infortunado.
Traça pequenina explicação para a ignorância.
Oferece a roupa que se fez inútil agora ao teu corpo ao companheiro necessitado, que segue à retaguarda.
Divide, sem alarde, as sobras de teu pão com o faminto.
Sorri para os infelizes.
Dá uma prece ao agonizante.
Acende a luz de um bom pensamento para aquele que te precedeu na longa viagem da morte.
Estende o braço à criancinha enferma.
Leva um remédio ou uma flor ao doente.
Improvisa um pouco de entusiasmo para os que trabalham contigo.
Emite uma palavra amorosa e consoladora onde a candeia do bem estiver apagada.
Conduze uma xícara de leite ao recém-nascido que o mundo acolheu sem um berço enfeitado.
Concede alguns minutos de palestra reconfortante ao colega abatido.
O rio é um conjunto de gotas preciosas.
A fraternidade é um sol composto de raios divinos, emitidos por nossa capacidade de amar e servir.
Quantos raios libertaste hoje do astro vivo que é teu próprio ser imortal?
Recorda o Divino mestre que teceu lições inesquecíveis, em torno do vintém de uma viúva pobre, de uma semente de mostarda, de uma dracma perdida...
Faze o bem que puderes.
Ninguém espera que apagues sozinho o incêndio da maldade.
Dá o teu copo de água fria.
(Do livro "Nosso Livro", Emmanuel, Francisco Cândido Xavier)
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