sexta-feira, 13 de maio de 2011

O AMANHECER DAS PRINCESAS NA CACHOEIRA DO JAGUAR (7)





CAPITULO VII

Salve Deus!

Meu filho:

Vamos voltar á Cachoeira do Jaguar. Vamos mais uma vez sentir a
realização daquele povo, os nossos antepassados.
É filhos, quem diria que aquela filosofia de Pai João e Pai Zé Pedro
partisse daqueles Nagôs? Sim filhos, é preciso que conheçam a vida fora
da matéria, sabendo que vivemos na Terra a experiência de que somos
testados pelos nossos amores, e pesados pelos nossos corações.
Vivemos neste globo terrestre onde analisamos a um ovo; a vida
atmosférica que não nos dá a mínima condição de viver sem dispensar as
normas reais da vida. E assim, como ocorre na terra, muito mais é no
espaço, onde o poder do pensamento criador é incomparavelmente maior.
Depois de atravessar uma pequena clareira, vamos encontrar os
nossos queridos Pai Zé Pedro e Pai João no verdadeiro caminho que nos
une á eternidade.
Tudo era movimento, no dia que Pai João e Pai Zé Pedro foram
chamados para o sono cultural.

Salve Deus!
Pai João e Pai Zé Pedro se preparavam para o anfiteatro. Suas
cabeças não haviam despertado daquele triste crepúsculo na Terra, na
cachoeira do Jaguar. Sentados em frente de uma grande tela, que nos
planos espirituais do Canal Vermelho é como um cinema; aparece tudo
que queremos saber de nossa vida na Terra. Pai João e Pai Zé Pedro viam
com paixão tudo que lhes eram tão caros; aqui é ali os dois comentavam:
- Todos, todos estava, ali conosco.
- Sim! (dizia um ao outro) viam tudo...Nisto ouviu-se um soluço,
era Efigênia que soluçava por não poder mais voltar á Terra, pois o seu
crânio ainda merecia cuidados.
Nisto ouviram também alguém que chegava:
- Oh! Quantas saudades... falaram muito, tudo o que se passou,
como se tivesse perdidos de vista. Depois Pai João perguntou:
- Por quê Efigênia não pode voltar á Terra?
- João (falava Vô Agripino): as forças biogênicas são transmutações
das forças cósmicas. A função da matéria é organizada pelo sistema do
corpo etérico. O corpo é sempre um e o mesmo tem sua origem na matéria
orgânica, metamorfose da matéria cósmica. As funções são muitas e várias.
Tem sua origem nos fenômenos vitais, que é criado pela matéria inorgânica
que forma o corpo bruto, inerte, sem atividade própria. Efigênia
naturalmente não está preparada para tanto. Ouviu-se um dar uma rica
surpresa.
Vô Agripino sorrindo disse: - Vou lhes dar uma rica surpresa.
- Ah!, lá estão todos que irão voltar...
- Onde estamos? (perguntou Pai Zé Pedro).
- Na mansão dos Jaguares – E quem você esta procurando Zé
Pedro?
- Eufrásio!
- Ah! Sim, (disse Pai João) Eufrásio ainda não chegou.
Perguntaram quanto tempo já se encontravam ali. Cinco anos e no
entanto estavam todos ali. Sim, pensava Pai Zé Pedro: no Universo há não
inércia. O movimento é incessante. A atividade é essencialmente produtora
e as forças não param. Se ficarmos parados ela se vai e ficamos só. Sim
repetia ele, o homem é portanto o microcosmo, matéria e força, corpo e
funções; o corpo físico não gera a vida ou a força promotora dos movimentos,
mas observe-os. O organismo é um reservatório Universal, é assim o
instrumento da vida, aparelho que varia do infinito, aos pesados contatos
da Terra que alimentam as células vegetais...
Sim, a experiência foi muito brusca, muito fatal. Pai João e Pai Zé
Pedro não sabiam, nem mais nem menos o que estavam fazendo. Levados
pelos arrolhos dos tumultos, arrastavam em suas mentes aquele crepúsculo
final. Sim. Perguntavam-se sempre: porque uma dor tão grande? Verdade!
Lembravam-se na Cachoeira... os dois presos, soterrados da cintura para
baixo, sem poder socorrer os demais, até que outra avalanche os levassem
para o fim.
Sim, pensavam, ficamos presos por castigo de Deus? Perguntavam
sempre, ficamos presos por reparação...castigo!?... Eram as duvidas e os
conflito daqueles dois. Por que suas cabeças não sabiam analisar, os dois
presos para assistir toda a catástrofe. Sua revolta já estava levando-os a
descambar para “Ponta Negra”.
Verdade, amamos na Terra e no entanto sofremos tanto! – Cadê o
Vô Agripino? – ficou com as Crioulas e os Nagôs? – Porque saímos de
perto deles?
Porque nossas mentes tem que se encontrar por si mesmas e não
vê Zé Pedro, aquele bendito errolho nos jogou para aqui sem que nós
sentíssemos?
Nisto ouviram um grito que penetrava diretamente em seus ouvidos:
. - Tibério, eu sou e serei o teu Cônsul fiel, tenho prisioneiros:
Marcus Cláudio e Vinicius os teus traidores. Os dois homens soterrados
naquele imenso pântano. Saiam chispas de fogo pelo olhos. Pai João e Pai
Zé Pedro se olhavam sem nada poder dizer. Porém, o homem continuava
sua obra. – Marcus Vinicius, o traidor!
- Sim diziam os nossos queridos, não temos dúvidas, o quadro
era idêntico, somente o ódio daquela gente era o oposto da Cachoeira do
Jaguar.
Quando se deram conta de si, estavam no indumentária de Tibério
(Pai João) e Marcus Vinicius ( Pai Zé Pedro). Os espíritos do triste comício
agora gritavam com mais intensidade, foi na deposição de Gália, lembrouse
Pai João.
- Oh! Meus Deus, porque estamos aqui?
- É a misericórdia de Deus. Sim, não acreditamos nem mesmo em
Vô Agripino e olhando para suas novas vestimentas, Pai Zé Pedro gritou:
Fujamos daqui antes de sermos vistos nestas indumentárias! Vamos daqui!
Nisto ouviu-se um assobio e um grupo de cavaleiros surgiu, se espalhando
por todo aquele pântano, ficando somente um luminoso, que se aproximou
dos nossos queridos e num tom de crítica prestou homenagem aos dois
que ainda vestiam a indumentária. Pai João e Pai Zé Pedro sentindo a
maior humilhação disseram:
- Viemos recentemente da Terra.
- Estou vendo, porém nem tão recente. Sei que sofreram muito
nesta jornada a ponto de perderem a sua individualidade. Esqueceram-se
do amor de Deus, cumpriram com amor e dignidade a missão na Terra; no
entanto aqui, depois de cinco anos, estão para cair apenas por não terem
encontrado a razão do seu crepúsculo. Egoísmo, o egoísmo poderá arrastar
tão grandes e nobres missionários?
- Porque estamos assim? (Perguntou Pai João) Vestidos assim?
- A falta de segurança e de amor a Deus.
- Nos culpamos por ter ficado presos, vendo toda tragédia sem
poder nos movimentar, vendo todos parecerem. Tememos que fosse uma
reparação e no entanto não sabemos onde ficou o erro.
- Pelo que sei Vovô Agripino os orientava dando-lhes lindas lições.
Nisto gritou Zé Pedro: - João, João Nagô! Tire depressa de sua
mente esta roupagem. Os dois começaram a rir e abraçados, tudo se
modificou. Agora olhavam para o vale negro. Lá em baixo tudo já estava
diferente, os Centuriões já os haviam levados em suas redes magnéticas.
- Oh! Meu Deus! Como nos martirizamos. – Sim Zé Pedro, talvez
queríamos ser recebidos com festa.
Pai Zé Pedro e Pai João sentaram-se na primeira pracinha e tristes
começaram suas queixas: - O que será de nós? Temos que receber uma
missão e ficar juntos outra vez.
Sim Meus filhos, agora eles se recordavam mesmo de tudo...
Quando estavam falando chegaram as sete Crioulas e tudo foi
festa. Jurema já parecia uma Princesa.
- Onde andavam meus queridos irmãos? Sabemos que estavam
juntos, dizia com graça, daqui onde estamos avistamos tudo, até mesmo
“Ponta Negra” e o “Vale Negro”.
Quando Jurema terminou, Pai Zé Pedro disse baixinho: - Te viram
na encarnação do Imperador Tibério César.
- E você Marcus Vinicius.
- Sim (disse Jurema) Salve Deus! É natural que façamos estas
reparações. É difícil entender, estivemos ali e tudo foi como se Deus nos
quisesse testar.
- Sim, já entendemos tudo, Tibério enterrava os seus prisioneiros
até a cintura e deixava que os bichos os comessem ainda vivos, no entanto
não nos deixou viços por muito tempo.
Nisto uma pequena luz aparecia ao longe.
- Olha! Disse Jurema, olha Zé Pedro! Jerônimo soube que os
senhores estão aqui e vem lhes ver.
Pai João e Pai Zé Pedro se olharam, sim como Jerônimo...!?
- Oh! Zé Pedro e João! Disse Jerônimo todo feliz: vim buscar os
senhores para a nova Mansão dos Jaguares.
- Jerônimo, meu Jerônimo, como pode tanta compreensão?
- Sim, disse Jerônimo, tenho a cabeça e o coração bem menores
que o dos senhores, por conseguinte, a missão foi menor também.
- É verdade, tudo vem de um plano de Deus. Sim! Remataram...
Ouviu-se um estrondo, eles já estavam perto da mansão dos Jaguares.
Jerônimo mostrava tudo por onde passavam. Sim, Jerônimo já estava ali há
sete anos e sempre foi um espírito conformado. Por ultimo vendo a admiração
de Pai João e Pai Zé Pedro disse: - Sabe meus queridos Mestres, tenho tudo
que me ensinaram na minha cabeça, só Deus poderá lhes pagar.
- A nossa Doutrina não chegou, pra nós: Vê que já estávamos
descambando para “Ponta Negra”.
Nisto ouviram vozes: eram Antena, Zefa, Lívia, Emereciana, Maria
Conga, Sabina e Cambina, e junto os Nagôs, só faltava Eufrásio. Foi abraços
e comentários como se estivessem chegado de uma grande viagem.
Pai João se ligou a Antera e quando viram já estavam com uma
nova roupagem.
- Por Deus não te reconheceria, se tu também não estivesse junto
com os dois foram para uma pracinha recordar as suas façanhas na Terra.
Foi um tempo bonito, todos se reconheceram em casais, saiam e com
saudades esperavam o amor de Deus.
Já era hora da prece... “do Canto Universal”. Saíram dali e foram
ao “ Campo de Morça” vibrar para os que ainda estavam na Terra.
- Como? Perguntou Pai João.
- Sim, no “Campo de Morça” vibram os que ainda tem os seus
familiares na Terra.
- Tens alguém, Zé Pedro?
Este surpreso respondeu – Tenho... tenho o meu Sinhozinho e minha
Sinhazinha.
- E eu (disse Janaína), vou devolver-lhes as rezas que fizeram
pensando que eu estivesse morta.
- Onde estão os seus familiares Janaina? Perguntou Jerônimo.
- Na Europa, respondeu.
- Se é na Europa, é logo ali...
Todos sorriram, vendo a verdadeira família.
Nisto o jovem Tomaz, que se vestia como um belo Fidalgo Grego, e
foi se juntar a Janaina.
- Tomaz! Gritou Pai João meio ressabiado, Tomaz meu querido
Tomaz! Como safremos por tua partida.
- Sim, pelo que sei e partiremos em breve.
- Oh! Meu Deus! Disse Jurema que estava ao lado de Japuacy,
também na roupagem de cidadão romano.
Verdade, até parece conto de fadas; todos com seus amores, chegaram
ao grande e luminoso “Campo de Morça”. Todos estavam em suas afirmações
sentido aquela força em perfume que exala dos mundos espirituais de Deus. As
energias iam e vinham como laços de fitas. Pai João e Pai Zé Pedro sorriam e
choravam, vendo aquela maravilha que jamais pensaram existir. Risos e luzes.
De repente começou o sermão. A voz direta que também era maravilhoso.
- Salve Deus! Quem está falando? Quem fala em nós como se nos
conhecesse?
- São as vozes dos Ministros que nos preparam para voltar a Terra.
- Como poderemos partir com todos os nossos amores!?
- Sim Meu filho, como sra a despedida dos nossos queridos?
Veremos no próximo capitulo.
Com carinho

A mãe em Cristo...

Tia Neiva

Obs: Sempre solicitada em muitas sintonias, a Clarividente não
prosseguiu com a história, Salve Deus!

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