quinta-feira, 31 de março de 2011

Mãe Calaça





Mãe Calaça

Passagens marcantes na jornada do Jaguar aconteceram quando encarnaram como bandos de ciganos, na Rússia, na Europa Central e na Andaluzia. Tradições que, pelo charme, até hoje se fazem presentes nas nossas encarnações atuais.

Sem dúvidas, a que mais heranças nos legou foi a dos Katshimoshy, cuja história Tia Neiva nos deixou na obra “A Volta dos Ciganos (e o Efeito das Reencarnações)”, onde relata a divisão da tribo cigana, devido à morte do rei, entre os dois irmãos rivais, na Rússia. Um grupo ficou no acampamento original, obedecendo a um novo rei, e o outro, que era composto, inclusive, por Tia Neiva e Mãe Calaça, para evitar derramamento de sangue, foi em busca de outro local nas estepes russas. Mas este grupo foi quase que totalmente dizimado por um ataque de lobos ferozes.  Mãe Calaça foi morta, mas manteve sua proteção junto a Andaluza, jovem e bela cigana,  companheira do rei, com quem teve um filho, Yatan.

… Ah, foi horrível. Quando já estávamos ao meio do caminho começava a nevar. De um dia para o outro estávamos no mais terrível oceano de gelo. Como fazer? Os nossos aquecedores ficaram imprestáveis e a caça muito perigosa. Prefiro não descrever os dias de tortura que passamos aprisionados em nossas barracas. Augusto escondia o alimento e nos dava ração. Bastante tempo demorou aquela tortura. Foi até que uma noite fomos surpreendidos por uma forte tormenta. Não tivemos tempo para pensar; o vento soprava arrancando as barracas dos lugares num desastre de dor. Oh! Santo Deus! Sem que pudesse nos fazer ou procurar atender os feridos, famintos animais investiram contra nós. Foi uma verdadeira luta da vida contra a morte. Oh! Virgem Santa! Detrás de uma barrica que havia rolado, fui testemunha ocular daquele triste cenário. Sim, triste, muito triste. As feras lançando-se contra aqueles desafortunados ciganos, não nos dando tempo para qualquer defesa sequer. Eram lobos, lobos! Eu os vi! E após todo aquele terror que eu havia registrado. Oh! Meu Deus! Até agora me parece ouvir os uivos daqueles animais, que fugiram levando suas vítimas na imensidão daquela trágica noite. É verdade, estava eu ali, não havia sonhado. Corri os olhos ao redor, vi que tudo havia sido destruído e que apenas restávamos eu e Augusto. Tudo, tudo acabado. Dizia a cigana como se estivesse vivendo outra vez aquele drama tão triste e até então desconhecido para mim e ao Conde Rafael e sem que pudéssemos impedi-la, continuou:

Ah, foi horrível!. E muito rápido, sentia agora uma forte dor de cabeça, quando um grito rouco de alguém que me chamava: Andaluza, Andaluza. Em seguida quis responder mas a voz não me saia, estava petrificada; o único sinal de vida era aquela terrível dor de cabeça e ali talvez tenha adormecido. Acordei com os gritos de Augusto, novamente já não me chamava, mais parecia um louco; corri para perto dele quando tropecei em alguma coisa, abaixei-me para ver, Oh! Meu Deus, era os restos de Calaça, minha querida e protetora. Quantas vezes as chibatadas que Augusto me lançava ela às enfrentava por amor a mim. Estava eu ali, com o meu triste destino, tudo infelizmente era verdadeiro! Não sei quanto tempo passamos abraçados eu e Augusto, com medo de olharmos ao redor. Após algum tempo ele balbuciou. Luza querida, que nos resta a fazer? Esperarmos a nossa vez! Respondi pressentindo novas desgraças. Passamos desgraçadamente dois dias, dentro do carroção que havia ficado de pé. Augusto desesperado, pagava um preço exorbitante de sua perversidade. Nada nos restava se não esperar a triste morte. Odiava Augusto com toda força do meu coração.

Já não podia suportar aquela terrível espera, resolvi então matar Augusto e a mim, depois de livre o meu espírito, correr, correr até encontrar a minha querida Calaça. Sim, apalpei o punhal que trazia no seio, Augusto dormia com pesadelos, gemendo e virando-se de vez em quando de um lado para o outro. Será agora, pensei.Empunhando com toda força o meu pequeno punhal. Augusto estava agora calmo, sua camisa desabotoada exibia no seu peito forte medalhão; emblema das saudosas tribos “Kaquiximoche” ; comecei a fita-lo, como se os meus olhos estivessem pregados sobre aquela jóia tradicional dos kaquiximoche, o que estava acontecendo e o que aconteceria quando soubessem do triste final de Augusto e seu povo?-Meu Deus, não ficara ninguém que possa contar esta história, porque eu matarei Augusto, matar-me-ei logo depois e correrei em busca de minha querida Calaça.

Augusto parecia que me desafiava respirando profundamente. Levantei o braço decidido a sangrá-lo quando ouvi uma voz familiar:-Luza, minha filha, pelo amor de Deus, como o desespero a fez cruel!. Não tens respeito às relíquias dos profetas “Kaquiximoche”? Não temes os seus encantos? Olha minha filha, bem perto daqui habita pequenos seres selvagens, que bem poderão ser dominados. Tu és loira e bonita e eu te prepararei com os encantos dos kaquiximoche. Augusto não precisa pois já os tem. (Olhei em seu peito reluzia o encantado emblema) disse afinal: Oh quem dera não estar eu delirando!.Calaça continuou: Não estás delirando, aqui estou em espírito e verdade. Não crês nas manifestações dos espíritos? Nas revelações dos profetas? Pois bem, eu te darei uma prova.Desapareceu após dizer tudo isto. E eu como se estivesse sonhando, despertei. Porém sem o mínimo desejo de matar aquele que seria em breve o pai de meu filho. Debrucei sobre o seu peito e chorei por longo tempo.

Augusto sem nada desconfiar acordou e começou acariciar-me. Comecei a perceber então eram fenômenos de Calaça, que havia me transformado daquela maneira. Augusto me apertava contra o peito cada vez mais e eu pela primeira vez admiti sem nem uma recusa íntima. Calaça sempre boa a mostrar-nos bons caminhos, apesar de desencarnada, estava ali, ajudando-nos a enfrentar tão terrível destino. Grande culpa de Augusto. Depois deste meu encontro com Calaça, senti uma grande vontade de viver.  Certo dia, Augusto decidiu sair por aqueles arredores, deixando-me só na barraca. Ocupei-me dos meus poucos afazeres, quando gritos estranhos me sobressaltaram, e vi pequenos homens selvagens que se arremessavam contra a porta de minha infeliz “casa”, senti neste instante uma força suprema, percorrer todo o meu corpo, como se nada temesse daqueles pequenos seres, abri a porta e na soleira esperei desafiando aquela pequena tribo. Na proporção que eles vinham chegando eu pensei mil coisas, pensava em Calaça, pensava também que já era a minha feliz hora; feliz sim, porque eu a esperava como libertação do meu espírito. Olhei ao longe e vi Augusto que talvez atraído pelos gritos vinha correndo em nossa direção. Mas, os pequenos homens estancaram à minha frente e um deles ordenou que me pegassem e puxaram-me à frente do pequeno grupo. Não reagi, nem tampouco me manifestou desejos de levar algum objeto de minha barraca, ao contrário, desejava esquecer tudo, esquecer o meu passado, mesmo que o meu infeliz destino naquele instante estivesse a gargalhar de mim.

Os pequenos homens continuavam com os seus gritos, porém, não me assustavam, não me davam o menor medo sequer e eu olhava Augusto que corria. A sensação de que ele não nos alcançava, dava-me mais paz. Os homens caminhavam quase correndo. Quando já havíamos percorrido um enorme trecho fomos tomados por uma terrível tormenta; o vento nos fazia medo. Desabamentos, vales, tudo queria impedir o nosso caminho, porém os pequenos homens faziam-me ver que eram peritos naquelas zonas tempestuosas. Fui então me cansando da viagem; a minha cabeça rodava, parei e logo em seguida senti que alguém me carregava. Quando me despertei estava recostada numa pequena cama que mal me cabia e muitas mulheres ao meu redor, umas pegavam nos meus cabelos, outras mediam suas mãos com as minhas. Pensei então : devem estar achando-me muito grande; observei que elas ou eles só eram amáveis comigo quando eu sorria Ofereciam-me peixe, pois era sua comida mais fácil. Era também visitada por todos da aldeia. Sim, era um povoado com hábitos selvagens.

Oito dias mais ou menos se passaram, quando na entrada da aldeia os pequenos guerreiros anunciavam a chegada de um estrangeiro. Fiquei lívida, só podia ser Augusto, corri para lá e acenei que aquele estrangeiro era meu marido, os homenzinhos deixaram então que entrasse. Foi fácil para Augusto sintonizar com aqueles homens. Augusto contou toda nossa história mentindo a seu regalo; mostrou a toda a tribo o emblema dos reis dos kaquiximoche e eles também nos apresentaram os seus costumes. E seu povo, dizendo-nos serem caçadores lapões, era o nome de sua tribo. Vivemos ali por dois longos anos, mais ou menos. Eles nos adoravam, inclusive o meu filho Yatan que veio a nascer naquela longínqua tribo. Oh! Meu Deus. O fenômeno de Calaça, o grande fenômeno, fez-me feliz depois de tantas desgraças. Partimos dali, eu, Augusto e meu filho. Lindas peles trocamos nos mercados por agasalhos e moedas. Sofremos muito no longo e penoso tráfego até aqui. Uma noite antes de entrarmos nesta província, fui surpreendida novamente por Calaça, sonhei que ela me dizia:-Luza, chegaras amanhã na província de um conde viúvo que te desposara com as leis da Corte, amanhã os primeiros raios do sol anunciarão a primavera para o começo de tua liberdade. Cante exibindo a tua graça. Adeus minha Luza querida. Mesmo em sonho quis puxar a sua saia para impedir que se fosse; qual nada desapareceu diante dos meus olhos. Chorei descompassada mente e logo que o dia amanheceu contei a Augusto o meu triste sonho, sim, e qual não foi a minha surpresa, Augusto sorriu dizendo:- Veja só, se isto fosse verdadeiro eu não sei como agradeceria àquela víbora daquela Calaça, a livrar-me de você, seria um premio e eu não o mereço, por Deus. Oh! Gritei, chega Calaça! não é víbora, minha querida Calaça, vítima de tua ignorante teimosia. Augusto dava gargalhadas que me dava medo. Foi então que nos demos conta da profecia de Calaça.

E depois de contar toda a sua história, a bela cigana deu um salto espreguiçando seu esbelto corpo, balançou sua linda cabeça loira e disse: É tudo o que fui e que sou. Rafael levantou-se e segurando-a pela cintura, beijou-lhe a testa. Depois chamou um criado ordenando-lhe que trouxesse o brasão e chegando eu o vi colocar aos pés de sua esposa cigana e qual não foi a nossa surpresa; a cigana segurou aquele rico estojo e depois com os olhos rasos d’água devolveu ao Conde, seu esposo, dizendo que uma cigana não era permitido luxos daquela natureza. Se ela aceitasse estava violando as tradições daquela nobreza. Colheste-me do lodo, amo-te em agradecimento, deste-me a paz e por isto não pretendo enlodar o que de puro encontro nesta nobreza, viverei como uma cigana, respeitando as normas dos “kaquiximoche”, do contrario Calaça não me trará as bênçãos de Deus e disse mais: Calaça sabe tudo. Rafael sorriu, gostando da humildade da cigana, porém eu observei muito o menino com os olhos no estojo, que bem se podia ler seus pensamentos. Depois destes esclarecimentos parecíamos viver melhor, mesmo notando a aproximação dos ciganos nas imediações do castelo, lembro-me também haver tirado o menino muitas vezes do quarto, onde era guardado o brasão. Andaluza já esta calma e até parecia feliz. Se tudo ocorresse normalmente, dentro de três meses daria a luz a uma criança. Rafael muito feliz esperava a chegada do filho que seria seu primogênito. Porém o nosso infeliz destino já estava ligado à inditosa cigana. O tempo corria e o menino cada vez mais ficava pior, mal educado e por muitas vezes desaparecia, sem que ninguém desse notícias, depois chegava contando coisas que não acreditávamos.

“9 de junho de 1960 - data inesquecível!

Caminhava guiada pela grande convicção de que tudo, vindo de meu Pai Seta Branca, estava certo. Com as aspirações mais secretas, indefinida, eu caminhava naquela minha solidão, hoje também distante.
Sim, caminhava e, para mim, cada dia e cada noite embrenhavam no mais profundo mistério.
9 de junho de 1960... Solidão... Tristeza...
Caminhava, quando deparei comigo mesmo. Com profundo desamor, não me preocupei de estar onde estava ou com o que poderia acontecer com o meu corpo, onde estava.
Levantei os olhos. Vi, senti que estava na Terra! Aquelas árvores frondosas me davam medo. Senti estar atravessando um caudaloso rio.
Deparei com uma pequena clareira que, não sei porquê, me parecia familiar. Comecei a ouvir vozes e vi, num quase balé, dançando uma linda mulher, vestida de cigana, onde também haviam homens ciganos, vestidos com muito bom gosto, alguns tocando violino.
Uma voz, em harmonia, chegou aos meus ouvidos, como que querendo me amparar: “É uma tenda cigana, é a tua origem e a de todo o teu povo!...”
Comecei, então, a raciocinar, o que até então não fizera. Por que tanta solidão? Por que tanto mistério? De que me servirá todo este conhecimento? Não obtive resposta.
E, alheias aos meus sentimentos, aquelas lindas pessoas cantavam e dançavam em sua alegria singular. Comecei a pensar, pensar sem qualquer afirmação, esses pensamentos que a gente pensa sem saber porquê!
Eles se amavam - eu via a ternura entre eles. Casais, juntinhos, se acariciavam porém sem um toque de sensualidade.
O meu coração se enchia de ternura, algo que até então eu não sentira.
A volta foi mais leve, porque comecei a sentir inveja daquela gente!”

(Tia Neiva, 6.8.79)

Embora a presença de nossa herança cigana seja tão marcante em nossa Doutrina, em algumas Falanges e mesmo em determinados trabalhos, temos que ter em conta que nesta passagem, especificamente na Tribo dos Katshimoshi, a maioria de nossos irmãos teve um triste fim!Agravando suas dívidas e relegando às dores do plano etérico, diversos destes irmãos. Costumo dizer que quem melhor terminou foi Mãe Calaça, e olhe que ela foi devorada viva por lobos.

Kazagrande 


PRECE CIGANA KATSHIMOSHY
               
SENHOR! EU TE AGRADEÇO PELA VIDA E POR ESTA NOVA MANHÃ!...
AJUDA-ME A ENCONTRAR AS PESSOAS QUE DEVO,
A OUVIR AQUELAS COM QUEM QUERES QUE ME COMUNIQUE...
MOSTRA-ME COMO AJUDÁ-LAS OU COMO RECEBER ALGUMA COISA QUE TENHAM A DAR...
AJUDA-ME A SER UM AUXÍLIO, UMA BÊNÇÃO AOS MEUS!

A ORDEM DIVINA TOME CONTA DE MINHA VIDA HOJE E TODOS OS DIAS!
HOJE É UM NOVO E MARAVILHOSO DIA, E NUNCA HAVERÁ UM DIA COMO ESTE...
A MINHA VIDA É COMANDADA DE FORMA DIVINA E TUDO QUE EU FIZER  IRÁ PROSPERAR...
O AMOR DIVINO ME CERCA, ME ENVOLVE E ME PROTEGE, E EU CAMINHO EM PAZ!
SEMPRE QUE MINHA ATENÇÃO FOR DESVIADA DO QUE É BOM E PRODUTIVO,
EU A TRAREI DE VOLTA PARA A CONTEMPLAÇÃO DO QUE É ADMIRÁVEL E DE BOA FAMA!
SOU UM IMÃ MENTAL E ESPIRITUAL, ATRAINDO TODAS AS COISAS QUE ME FAZEM PROSPERAR...
HOJE EU VOU ALCANÇAR UM ENORME SUCESSO EM TODAS AS MINHAS TAREFAS...
HOJE EU VOU SER FELIZ O DIA TODO!  SALVE DEUS!

Tia neiva





Tia Neiva

Com a aproximação do Terceiro Milênio, surgiu a necessidade de mais uma vez ser feita a integração das raízes capelinas neste planeta.
Um espírito foi preparado, na Espiritualidade Maior, para trazer à Terra a Doutrina de Pai Seta Branca, após experiência de muitos milênios, portando a força dos Equitumans, a ciência dos Tumuchy e tendo como principal missão a reunião dos Jaguares e a criação da figura inovadora do Doutrinador, manipulando as forças projetadas pela Corrente Indiana do Espaço e pelas Correntes Brancas do Oriente Maior.
Tendo reencarnado em diversas épocas com papéis preponderantes em suas épocas, como, por exemplo, Pytia, Cleópatra e  Natasha, esse espírito conhecido no mundo espiritual como Koatay 108, portador de 108 mantras de forças, seria, durante esta missão de implantação da Doutrina do Amanhecer na Terra, conhecido como Tia Neiva. Nesta jornada, seria ainda homenageada pela Espiritualidade Maior com o título Agla.
Reencarna no sertão brasileiro, em Propriá, Sergipe, como uma menina que se chamou Neiva, nascida a 30 de outubro de 1925 e que desencarnou em Brasília, DF, no dia 15 de novembro de 1985, já tendo cumprido sua jornada em meio a muitas dificuldades e grandes realizações.
Em 1949, com 22 anos e quatro filhos, Neiva ficou viúva e teve que buscar seu sustento. Começou sua vida profissional em Ceres, onde montou o Foto Neiva, tirando retratos e vendendo material fotográfico, mas teve que desistir, por recomendação médica. Com sua forte personalidade, ela não se deixou abater. Comprou um caminhão e tirou habilitação profissional, a primeira concedida a uma mulher no Brasil, e começou a transportar cargas por todo o país.
Sua filha Carmem Lúcia relembra, saudosa, essa época: Nossa vida era muito boa! Tudo, ao lado de mamãe, era divertido. Parecia até que o caminhão escolhia o lugar certo para quebrar alguma peça ou furar o pneu. Se era perto de um rio, nós descíamos para tomar banho e brincar, enquanto ela preparava alguma coisa para a gente comer. De vez em quando, ela tirava o violão da sacola e começava a tocar...
Sempre em lutas e preocupações permanentes – os pais, que não aceitavam aquela estranha profissão para uma mulher; os sogros argentinos, que queriam a guarda dos dois seus filhos meninos; os estudos das crianças, etc. – Neiva saiu de Ceres e fez verdadeira peregrinação por outros lugares: Uberlândia (MG), Barretos (SP), Paranavaí (PR) e Itumbiara (GO).      
Em 1957, fixou-se em Goiânia (GO), e passou a dirigir ônibus, porém mantendo seus caminhões em serviço. Nesse mesmo ano, com a oportunidade da construção da nova capital – Brasília -, Neiva mudou-se com a família para o Núcleo Bandeirante, ponto inicial das obras da nova cidade, trabalhando com  caminhões na NOVACAP. 
Estava com 32 anos quando sua mediunidade se abriu, revelando-se sua clarividência. Durante mais um tempo, Neiva via e ouvia os espíritos e podia prever o futuro e revelar o passado das pessoas, o que a deixava desesperada por ter tido uma formação familiar rigorosamente católica.
Sua trajetória, então, passou por penosa adaptação para aceitação de sua missão. 
                  
O potencial de Tia Neiva não pode ser resumido na clarividência, pois ela foi dotada de mediunidade universal, isto é, possuía todos os tipos de mediunidade, qualidade peculiar de um ser Iluminado, pois, segundo a Lei dos Grandes Iniciados, somente um Iluminado pode iniciar alguém.
Essa condição permitiu que, dentro de modesta e simples condições, Tia Neiva vivesse e agisse, simultaneamente, em vários planos existenciais com plena consciência em cada um desses planos, visualizando o passado ou o futuro, traduzindo suas visões em termos coerentes e racionais.
Podia ver e conversar com seres de outras dimensões e de planos inferiores ou superiores, realizava transportes e desdobramentos, o que permitiu que fizesse um curso no Tibete, com o Mestre Humarram, sem que seu corpo físico de deslocasse do Vale do Amanhecer.
Em 1958 deixou o Núcleo Bandeirante, onde começara sua missão espiritualista, e junto com seus filhos Gilberto, Carmem Lúcia, Vera Lúcia e Raul, e mais cinco famílias espíritas, fundou, em 8 de novembro de 1959, a União Espiritualista Seta Branca - UESB, na Serra do Ouro, próximo a Alexânia, Goiás, dando início à missão que recebera de Pai Seta Branca. Em um rústico templo iniciático, pacientes eram atendidos pelos médiuns que ali residiam, em construções de madeira e palha. Tia Neiva mantinha ali, também, um hospital e um orfanato com cerca de oitenta crianças. Plantavam, faziam farinha para vender, pegavam fretes, e tudo era válido para ajudar na manutenção do grupo.
Em 9 de novembro de 1959, Tia Neiva ingressou na Alta Magia de Nosso Senhor Jesus Cristo.
Em 1964 mudou-se para Taguatinga, onde funcionou a Ordem Espiritualista Cristã, e sendo Tia Neiva mais uma vez internada por causa da tuberculose.
Após trabalhosa busca para encontrar o local certo para se fixar, Tia Neiva e seu grupo chegaram a Planaltina, DF, em 9 de novembro de 1969, onde fundou o atual Vale do Amanhecer.
Pela Doutrina, Tia Neiva implantou a importante conduta doutrinária em seus médiuns, capacitando-os ao atendimento sob a ação das forças iniciáticas, sem precisar da manifestação dos pacientes, que não precisam revelar quem são, o que fazem ou de onde vêm.
Vivificando o Evangelho de Jesus, simples e humana, foi Tia Neiva uma grande mãe para todos nós, sempre nos tratando com amor e carinho, compreensão e tolerância, suavemente nos impondo o respeito e a obediência a ela devidos como líder de uma Corrente cuja grandeza e limites não podemos alcançar.
Sua vida, suas dificuldades, seu sofrimento, sua Doutrina, de tudo consta uma grande parte nos diversos trabalhos editados pelas Obras Sociais da Ordem Espiritualista Cristã, atual entidade que administra o Vale do Amanhecer - “Sob os Olhos da Clarividente”, “2000 - A Conjunção de Dois Planos” e “Minha Vida, Meus Amores”.
No Evangelho de João (XIV, 12 a 17 e 26), nos é transmitida a palavra de Jesus: Na verdade vos digo que aquele que crê em mim também fará as obras que eu faço, e as fará maiores do que estas, porque eu vou para meu Pai! E tudo quanto pedirdes em meu nome, eu o farei, para que o Pai seja glorificado no Filho. Se pedirdes alguma coisa em meu nome, eu a farei! Se me amardes, guardareis os meus mandamentos. E eu rogarei ao Pai e ele vos dará outro Consolador, para que fique convosco para sempre: o Espírito da Verdade, que o mundo não pode receber, porque não o vê nem o conhece; mas vós os conheceis, porque habita convosco e estará em vós! (...) Mas aquele Consolador  - o Espírito Santo – que o Pai enviará em nome, esse vos ensinará todas as coisas e vos fará lembrar de tudo quanto vos tenho dito! 
Na Doutrina do Amanhecer, sabemos que somos espíritos imortais, dotados de livre arbítrio e da consciência de nossas missões, trazendo em nosso espírito as marcas das vivências em diversos mundos, em diferentes épocas, buscando o nosso desenvolvimento para que melhor possamos manipular as forças que nos competem, agindo na Lei do Auxílio em benefício de nossos irmãos encarnados e desencarnados, aliviando nosso carma pela Lei de Causa e Efeito, procurando a afinidade com nossos irmãos evoluídos e a harmonia com os Espíritos de Luz, através da busca do conhecimento e aprimoramento de nossa conduta doutrinária.

E tudo isso devemos à nossa Mãe Clarividente, Tia Neiva, Koatay 108, que representa, para nós, aquele ESPÍRITO DA VERDADE, porque nos trouxe uma nova esperança, através desta Doutrina que nos libertou de dogmas religiosos e superstições, fazendo, em nossas mentes, a substituição de velhos ensinamentos, que exigiam a fé cega e desprezavam a razão, por noções simples e claras, com bases científicas, com idéias diretas e profundas que nos permitem entender o Universo que nos cerca, buscando o precioso veio da verdade nas diferentes correntes, religiões, seitas e filosofias, onde podemos buscar as grandes linhas trazidas de Capela, nos harmonizando e conciliando a Fé e a Ciência que nos impulsam para a Nova Era.
          
Tia Neiva era portadora de 108 mantras, forças de origem extra-cósmica, que implantou nos trabalhos do Amanhecer. 108 é um número cabalístico. Temos, no budismo, 108 imperfeições humanas; são, no hinduísmo, 108 os nomes do deus Krishna; na China, a astrologia nomeia 108 estrelas sagradas. Quando da energização da Estrela Candente, no Vale, Tia Neiva preparou 108 portais de desintegração, um em cada esquife, para as passagens dos espíritos trabalhados no ritual.
Em mensagem de 9 de abril de 1978, Tia Neiva nos disse: “... É somente pela força do Jaguar, nesta Doutrina do Amanhecer, e na dedicação constante de nossas vidas, por amor, que podemos manipular as energias e transformar o ódio, a calúnia e a inveja em amor e humildade, nos corações que, doentes de espírito, permanecem no erro. Quantos de perdem por falta de conhecimento e por não terem a sua lei. Nós temos a nossa Lei, que é o amor e o espírito da verdade! Vamos amar, e na simplicidade de nosso coração, distribuir tudo o que recebermos, na Lei do Auxílio, aos nossos semelhantes...”  Fazemos aqui apenas este registro singelo, como uma pequena homenagem a este grandioso espírito.

“Tia Neiva” (Neiva Chaves Zelaya) é Clarividente. Sua clarividência, porém não corresponde a mesma definição ou a idéia generalizada de como a Parapsicologia no-la apresenta. Essa quase-ciência só diz respeito à paranormalidade, que por sua vez é apenas a hipertrofia dos sentidos, efeitos da super-excitação por carência enzimática. A Parapsicologia na verdade nada tem haver com a vida espiritual.
Tia Neiva é um Ser Crístico, uma missionária no mais amplo sentido, seguidora da escola de Francisco de Assis, mas que vive e age nestes tempos modernos, preparando o homem para o próximo Milênio. Para nós, seres comuns, é difícil, senão impossível, traçar um perfil ou definir o que é a Clarividência de Tia Neiva. Nossa mente não alcança sua fenomenologia, a não ser pelas coisas que ela se expressa ou as coisas que acontecem em torno dela. Ela vê o passado próximo e remoto, o desenrolar do presente e o futuro. Embora ela não goste de fazer profecias ela realmente é uma Profetisa.
Neiva se desdobra conscientemente e é vista em dois lugares ao mesmo tempo; ou então ela projeta a luz dos seus olhos e vê cenas distantes, descrevendo com precisão os acontecimentos. Sua maior virtude, porém é sua infinita paciência, tolerância, humildade e amor incondicional. Ela segue de perto as pegadas de Pai Seta Branca esse Mestre Universal, que também se chama Francisco de Assis, Simiromba, Kutumí e que talvez tenha mais outros nomes. Esta é sua autobiografia quase sem retoques. Nossa contribuição foi apenas de a colocar de maneira literária para que fizesse jus a melhor clareza e ela fosse melhor entendida.


Mário Sassi:Companheiro de jornada

O AMANHECER DAS PRINCESAS NA CACHOEIRA DO JAGUAR (1)




O AMANHECER DAS PRINCESAS
NA CACHOEIRA DO JAGUAR

Capitulo I

Salve Deus!

Meu filho Jaguar:

De todos os males, o mais triste que deixamos em nossas passagens
é a cicatriz de nosso mau comportamento. Quando estamos na Terra vivemos
seguros no orgulho, principalmente no egoísmo.
Muitas vezes sentimos necessidade de chorar, de sorrir, de amar;
ou melhor, pensamos em ser amados,mas nunca desejamos amar
incondicionalmente para melhor atrairmos ao nosso favor...Não! pelo
contrário, exigimos de alguém o que nos convêm, sem queremos oferecer
nada em troca.
Salve Deus meu filho! Vamos sentir a vida das Princesas e melhorar
o nosso comportamento a respeito do amor.
Sim, as crioulas Princesas em 1700 no Brasil Colônia, anunciavam o
seu tempo de evolução nas senzalas, a dor no destino cármico de um
povo em desenvolvimento.
Então, tudo começou vibrar quando os dois grandes missionários,
Pai Zé Pedro e Pai João, resolveram agir no campo vibracional de nossa
missão, com este imenso amor ouvindo e sentindo o céu, nos poderes de
Vô Agripino que emitia aos mesmos toda luz do santo evangelho.
Aos 14 anos Pai Zé Pedro e pai João, que regulavam em idade,
vieram no mais triste quadro em um navio negreiro para o Brasil. Eram
duas personalidades com idéias transcendentais traçadas do céu...
Então estes dois espíritos levaram em frente a sua obra; se
prepararam nos planos espirituais e vieram para a Terra cumprir a sua
missão, que seria em nossa última orientação a nova estrada do Jaguar na
linha do amanhecer.
Vendidos por navios negreiros no Brasil, por Deus se encontraram
pela força do seu compromisso no Sul da Bahia, onde a forte e verdadeira
mensagem os impulsionava. Então, juntos desenvolveram as suas faculdades
mediúnicas. O senhor Pai Zé Pedro era um homem muito bondoso, que
ouvia o Grande Africano e amava as suas palavras. Chegando a se converter
comprou também Pai João, deixando-os fazer na senzala o que lhes
aprouvesse.
E tudo começou assim:
- Eram seis fazendas reunidas onde Jurema e Juremá as gêmeas,
eram muito queridas por toda aquela redondeza. Sua graça e beleza
demostravam “herança transcendental” de Atlezas. “SIM, O HOMEM NÃO
SE PERDE SE REENCONTRA”. Então, a grandeza dos Missionários se fazia
projetar por toda aquela região. Toda redondeza se juntava ali em busca
da caridade. Era tão crua de senhores tão arrogantes, pudessem eles admitir
tanta liberdade. Pai João pregava a Doutrina do amor aliviando o chicote
dos senhores. Pai Zé Pedro tocava os tambores para alertar o seu povo em
outras fazendas vizinhas de Iracema, Jandaia, Janara e Iramar, contando
também com Janaina, pequena sinhazinha que muito amava os NAGÔS,
segundo se falava naquela Era. Eram jovens com apenas 18 anos, que
sofriam as incompreensões de suas sinhazinhas, as perseguições e seduções
dos seus senhorzinhos. Era uma desdita naquele tempo o que sofriam
essas escravas missionárias, porém, na senzala de Pai Zé Pedro tudo ia
muito bem, vinha gente de longe e as curas se realizavam com tanto amor
a ponto de se propagar o africanismo com a sua presença.
Era o dia de Jurema e Juremá, a luta surgia no céu prateada, os
tambores ressoavam. Jurema em pé na soleira da sua senzala vibrava cheia
de amor, esperando Jurema, e sua mãe. De repente um crioulo que também
fazia parte do corpo mediúnico,disse tremendo de dor: - Oh! Jurema tua
mãe não irá conosco. Aumentou a filha da sinhazinha com febre a febre
passou para a nenezinha.
- Cadê mamãe?- Tua mãe Jurema, está no tronco.- Oh! Coitadinha.
Oh! Meu Deus! Gritou Jurema e segurando no portal da senzala sentiu o
seu espírito se transportar seguindo até as ruínas de Pompéia. Jurema em
sua visão se sentiu uma rica princesa entre sedas e jóias. A sua irmã e
também todos aqueles crioulos da senzala, a negra que hoje era sua mãe,
ridicularizavam uma jovem escrava , hoje a sinhazinha da senzala. Jurema
compadecia da jovem que até então era uma visão, se esqueceu da tragédia
que na realidade estava acontecendo. Não! Ela não via a sua mãe no tronco
que era realidade. Via somente a jovem escrava arrastada e ridicularizada,
onde todos vaiavam chegando mesmo a machuca-la e em meio desta
alucinação começou a gritar: - Juremá, volte minha mãe! Saiu então decidida
para o Congá. Chegando contou tudo o que se passava a Pai João e ele lhe
explicou:
- Filha não chore, não se desespere! Eu, você, sua mãe e todos os
seus irmão vivíamos na mais rica vida em Pompéia. Eu era Procurador, ZÉ
Pedro era Imperador e todo este povão estava lá. Só Deus sabe minha
Jurema os desatinos, as tragédias que provocamos naquele Império.
Fizemos a mais terrível escravidão. Hoje filha querida, Deus nos deu esta
oportunidade de pagar todo este mal. Esta pequena sinhazinha é o espírito
da jovem escrava de Pompéia.
- Então Pai João, como tudo terminou? Pai João colocando a mão
em sua cabeça disse:
- Dorme filha, dorme Jurema. Deitada com a cabeça no colo de
Pai, João adormeceu dizendo baixinho: - Oh: meu fidalgo Centurião, como
pôde me abandonar neste caminho tão espinhoso! Onde vives que eu não
posso te alcançar? Sim meu Fidalgo, continue acariciando os meus cabelos
que ficaram tão longos... Nisto um grito e ela se levantou decidida - Não
voltarei para minha senzala, vou me embora daqui! Com muito custo Jurema
consegui se acalmar. Os tambores recomeçaram, mas Jurema pensativa
não saiu do seu lugar. Pai Zé Pedro iniciou os trabalhos e veio se sentar
perto dela e de Pai João. Jurema segurou em suas pernas depois apoiou
novamente sua cabeça na perna, de Pai João que ali não sentia com coragem
de se levantar. – Jurema minha filha (disse Pai Zé Pedro) – Choras pela tua
mãe? – Não Pai, choro porque vi e perdi o meu amor AGRIPA, o meu amor.
Eu o vi acariciar meus cabelos e passando a mão na cabeça meio sem graça
disse: - Oh! Paizinho Nagô, é tudo tão diferente... – Sim filha, se acalme!
Eu vou lhe mostrar onde e como se encontraram. – Não Pai, não quero! Se
ele for aquele crioulo feio do Japuacy, não quero! – Ele não está aqui como
vocês estão, todos nós estamos, e ele não pode, não admito que seja feio
como nós. Os dois deram uma risada. Meio preocupado disse então Pai
João: - Veja no que dá a clarividência de uma pobre jovem. Ela voltou a
dormir. Pai Zé Pedro e Pai João vibravam preocupados. O que fazer? Levala
para a Cachoeira do Jaguar? Deus todo poderoso, só ele poderá traçar
este destino... E ali ficaram esperando a jovem despertar, para decidir o
seu destino que tanto se agravara.
Sim meu filho Jaguar, na próxima semana Jurema já estará
despertada, então saberemos do destino feliz desta tribo e com cuidado,
vamos nos encontrar como personagens desta história, que até então é um
pequeno roteiro.

A mãe em Cristo.

Vale do Amanhecer, 08 de dezembro de 1979.

segunda-feira, 28 de março de 2011

Niños de la calle



Jesus

Em Mateus (XIX, 13 a 15) nos é relatada a passagem em que Jesus, na Judéia, estava atendendo e curando uma multidão: “Trouxeram-lhe, então, alguns meninos, para que sobre eles pusesse as mãos e orasse; mas os discípulos os repreendiam. Jesus, porém, disse: Deixais as crianças e não as estorveis de vir a mim, porque delas é o Reino dos Céus! E tendo-lhes imposto as mãos, partiu dali.”


Tia Neiva

Tia Neiva sempre se preocupou com as crianças e com os adolescentes, pois estão em crescimento, não tendo seus plexos físicos atingido pleno vigor, manipulando essas forças nativas de forma suave e com muito amor. As crianças devem, sempre, ser cuidadas com afeição e compaixão, com nossa preocupação de lhes proporcionar, permanentemente, uma atmosfera positiva.


A Ciência

A Ciência nos assevera que a existência do ser humano é dirigida por mensagens parentais. Se a criança, desde o seu nascimento, não for bem recebida, com amor e carinho, bem aceita em função de seus atributos – complexão física, sexo, cor e semelhanças – , se tiver sofrido traumas e dores no parto, poderá desenvolver roteiro de vida plasmado na imagem desses acontecimentos, que foram assimilados emocionalmente. Pelos conhecimentos da Doutrina do Amanhecer, sabemos que a tudo isso se soma o carma, as condições espirituais desse ser humano.


Eric Berne

Eric Berne, psicólogo, nos diz que a eleição de um plano de vida surge através de convicções arraigadas, previamente gravadas em idade bem precoce, as quais representam a realidade psicológica, regendo e moldando a história do ser no mundo. Os roteiros são planos inconscientes de vida. A decisão é tomada de segundo a magnitude com que a pessoa vivenciou o momento histórico incorporado. Mas entendemos que há, também, o fator transcendental, que profundamente age nos sentimentos, palavras e ações de cada um de nós.

Evangelho para crianças (15)





A PARÁBOLA DAS DEZ VIRGENS

(Mateus, capítulo 25º, versículos 1 a 13)

Naquela noite, dois jovens se casariam.

O casamento seria celebrado à noite, como era costume no tempo de Jesus.

Havia primeiro a cerimônia religiosa, na casa da noiva. Depois, então, a festa do casamento, na residência do noivo.

Os convidados saiam da casa da noiva formando uma procissão. Todos carregavam lâmpadas de azeite ou tochas acesas, porque as ruas eram escuras. Naqueles tempos, você sabe, não havia iluminação a gás nem luz elétrica. A procissão, começando da casa da noiva, se dirigia para a casa do noivo.

Algumas pessoas convidadas, que não puderam assistir ao ato religioso, esperavam, em frente às suas casas, a passagem do cortejo, a fim de se diri-girem à residência do noivo para as festas do casamento.

As cerimônias religiosas demoraram, porém, bastante tempo na residência da noiva.

Dez moças que não puderam ir lá, estavam esperando a passagem do cortejo, quando o noivo, a noiva e os convidados viessem para a casa do primeiro.

Dessas dez moças, cinco eram tolas e desajuizadas. As outras cinco eram prudentes.

Todas sabiam que não era permitido tomar parte na procissão sem suas lâmpadas ou tochas.

As tolas, porque não tinham cuidado, levavam as lâmpadas com pouco azeite, mas, as prudentes levavam as lâmpadas e também umas pequenas vasilhas com azeite.

O noivo estava tardando...

— Por que estará demorando tanto, a cerimônia religiosa? — perguntavam as moças, uma às outras.

Sentadas, vencidas pelo cansaço, todas elas adormeceram.

Já era meia-noite, quando alguém, que vinha àfrente da procissão, gritou: “Eis o noivo! Venham os convidados ao seu encontro!”

As dez moças, então, se levantaram depressa e prepararam as suas lâmpadas, acendendo-as.

As cinco moças desajuizadas disseram, nesse momento, às outras cinco:

— Dai-nos do vosso azeite, porque as nossas lâmpadas estão se apagando... 

Elas têm pouco azeite...

As prudentes, porém, responderam, com delicadeza:

— Infelizmente, amigas, não é possível, porque o azeite que temos não chega para nós e para vós. Ide ao vendedor e comprai-o para vos...

As cinco moças imprevidentes foram fazer a compra, buscando o vendedor naquela hora tardia da noite. E por isso, demoraram bastante...

A procissão passou, as cinco moças prudentes entraram no cortejo e todos chegaram à casa do noivo. Imediatamente foi fechada a porta, como era costume.

Mais tarde, as cinco moças sem juízo chegaram. A porta já estava fechada.

— Que faremos? — perguntavam elas entre si.

— Batamos à porta — disse uma.

Bateram, gritando:

— Senhor, senhor, abre a porta para nós!

O noivo, porém, da janela do sobrado, disse para as moças que estavam na rua:

— Agora não é mais possível... Não vos conheço!

E elas não puderam entrar. Se tivessem sido cuidadosas, estariam na festa juntamente com todos os convidados...

Entendeu, querida criança, a grande lição que Jesus nos deixou com esta parábola? Ele a terminou com as seguintes palavras: “Vigiai, porque não sabeis o dia nem a hora”.

Esta parábola é um convite do nosso Divino Mestre para que sejamos vigilantes, isto é, cuidadosos.

Devemos estar sempre prontos para o cumprimento do nosso dever. Devemos estar sempre prontos para responder à chamada de Jesus para qualquer serviço, pequenino que seja, na Seara do Evangelho. Devemos estar sempre prontos para a hora desconhecida em que Ele nos chamar desta vida presente para a vida espiritual.

Isso é que significa vigilância. Cuidemos, pois, de nossas almas com muito zelo. Sejamos como as moças prudentes da parábola, que traziam suas lâm-padas e mais as vasilhas de azeite. Devemos trazer nossas almas como lâmpadas sempre acesas, alimentadas com o azeite da Palavra Divina.

Você viu que o azeite, na parábola, não pôde ser emprestado. Assim sendo, cada um de nós deve cuidar de conseguir o próprio azeite para sua lâmpada, isto é, cada um deve cuidar de aperfeiçoar e iluminar seu próprio coração, pois, não podemos chegar a Jesus pelos merecimentos dos outros. É a “lei de esforço próprio” de que tem falado, muitas vezes, nosso grande Benfeitor 
Espiritual Emmanuel.

Atenção para outro ensinamento, querida criança: Devemos cuidar da iluminação de nossa alma enquanto é tempo. Não procedamos como as virgens sem juizo, que deixaram a compra do azeite para última hora. Por não serem cuidadosas, perderam o direito de entrada às festas do casamento. Se não cuidarmos também, com antecedência, do aperfeiçoamento de nosso Espírito, não teremos ingresso às Moradas Luminosas de paz, de felicidade e de cooperação com Deus.

Pense nessas coisas muito sérias e santas, meu querido menino. E desde agora, “compre” no Evangelho, com as moedas de sua boa vontade e de seu esforço o azeite das Virtudes Divinas para acender a lâmpada do seu coração, preparando-o, cuidadosamente, para os serviços do Bem, com Jesus.

EVANGELIZAR





EVANGELIZAR
Bezerra de Menezes

"Os tempos são chegados, os corações aflitos pedem amparo, os desesperados suplicam luz. Há um grito que ressoa pelo infinito: Pai, socorre-nos!...
Evangelizem.. Evangelizemos!

Ao término do século XX, o século chamado das luzes, estamos convocando os obreiros de boa vontade para a tarefa divina de evangelizar.
Evangelho é sol nas almas, é luz no caminho dos homens, é elo abençoado para união perfeita!

Evangelizemos nossos lares doando à nossa família a bênção de hospedarmos o Cristo de Deus em nossas casas.
A oração em conjunto torna o lar um santuário de amor onde os espíritos mais nobres procuram auxiliar mais e mais, dobrando os talentos de luz que ali são depositados.

Evangelizemos nossas crianças, espíritos forasteiros do infinito em busca de novas experiências, à procura da evolução espiritual.
Sabemos que a Terra é um formoso Educandário e o Mestre Divino, de sua cátedra de Amor, exemplifica pela assistência constante, o programa a ser tratado.

Evangelizemos nossos companheiros de trabalho, pelo exemplo na conduta nobre, pelo perdão constante.

Evangelizemo-nos, guardando nossas mentes e nossos corações na bênção dos ensinos sublimes.

Estamos na Terra mas alistamo-nos nas fileiras do Cristianismo para erguemos bem alto a bandeira de luz do Mestre Divino: “Amai-vos uns aos outros como vos tenho amado”.

Evangelizemos.

Os tempos são chegados, os corações aflitos pedem amparo, os desesperados suplicam luz.
Há um grito que ressoa pelo infinito!
Pai, socorre-nos!

Filhos, somente através do Evangelho vivido à luz da Doutrina Espírita, encontrará o homem a paz, a serenidade e o caminho do amor nobre.
Conclamamos os corações de boa vontade:

Evangelizem;
Evangelizemos.

Acendamos a luz dos ensinos divinos para que a Terra se torne um sol radioso no infinito, conduzindo uma Família humana integrada nos princípios da vida em hosanas ao seu Criador.

Filhos, peçamos ao Pai inspiração e prossigamos para o alto porquanto somente Cristo com o Seu saber e o Seu coração de luz poderá iluminar nossos caminhos.

Bezerra
(Mensagem psicografada pela médium Maria Cecília Paiva na
Federação Espírita Pernambucana, em reunião pública do dia 18 de julho de 1979).

COM JESUS





COM JESUS
André Luiz

A renúncia será um privilégio para você.

O sofrimento glorificará sua vida.

A prova dilatará seus poderes.

O trabalho constituirá título de confiança em seu caminho.

O sacrifício sublimará seus impulsos.

A enfermidade do corpo será remédio salutar para a sua alma.

A calúnia lhe honrará a tarefa.

A perseguição será motivo para que você abençoe a muitos.

A angústia purificará suas esperanças.

O mal convocará seu espírito à prática do bem.

O ódio desafiar-lhe-á o coração aos testemunhos de amor.

A Terra, com os seus contrastes e renovações incessantes, representará bendita escola de aprimoramento individual, em cujas lições purificadoras deixará você o egoísmo para sempre esmagado.

Do livro "Agenda Cristã", pelo Espírito André Luiz, Francisco C. Xavier)