quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Evangelho para crianças (3)





A PARÁBOLA DO FILHO PRÓDIGO

(Lucas, capítulo 15º, versículos 11 a 32)

Um certo homem tinha dois filhos, que com ele moravam no seu lar.
Um dia, o mais moço disse ao seu pai:

— Papai, dá-me a parte da tua riqueza que me pertence. Eu desejo correr mundo, viajar por outras terras, conhecer nova gente...

O velho pai, diante desse pedido, repartiu com ambos os seus haveres, dando a cada um a parte que lhes cabia, de sua fortuna.

Alguns dias depois, o filho mais novo, juntando todas as coisas que lhe pertenciam, partiu para um país distante, muito longe de sua terra natal.

Esse moço, infelizmente, não era ajuizado. Mal chegou ao país estrangeiro, começou a gastar, sem cuidado, todo o dinheiro que possuia. Durante muitos dias não fez senão desperdiçar tudo que tinha. Buscou a companhia de outros rapazes desajuizados e consumiu toda a sua fortuna em bebidas, teatros e passeios. Um dia, viu que a última moeda havia desaparecido e se achava na mais absoluta miséria.

Foi nessa época que uma grande seca reduziu aquele país a uma situação tristíssima. Com a seca, veio a fome. Mesmo nos lares ricos havia falta de pão. 

A miséria se estendeu, desoladora...

O pobre rapaz, então, buscou um homem daquele país, contou-lhe sua desgraça e pediu-lhe a esmola de um emprego qualquer, mesmo que fosse o pior serviço. E o homem desconhecido o enviou para seus campos a fim de guardar porcos. Os porcos se alimentavam de alfarrobas, que são frutos de uma árvore chamada alfarrobeira; mas, nem mesmo desses frutos davam ao pobre moço. Os porcos se alimentavam melhor do que ele!

Foi então que o moço começou a pensar no que havia feito com seu bondoso pai, tão amigo, tão compreensivo, tão carinhoso... Refletiu muito... Como fora mau e ingrato para com seu paizinho! Como fora também ingrato para com Deus, desrespeitando o Seu Mandamento, que manda honrar os pais terrenos... Sofrendo a conseqüência de seu pecado, o pobre rapaz arrependeu-se sinceramente de sua ingratidão e de seus dias vividos no erro e no vício...
E pensou, então, entre lágrimas:

— Na casa de meu pai há muitos trabalhadores e todos vivem felizes pelo trabalho honesto. Vivem com abundância de pão e tranqüilidade... E eu, aqui, morrendo de fome!... Não, não continuarei aqui. Voltarei para minha casa, procurarei meu pai e lhe direi: “Meu pai, pequei contra o Céu e perante ti; não sou mais digno de ser chamado teu filho. Quero ser um simples empregado de tua casa ...

E o moço, como pensou, assim fez.

Abandonando o país estrangeiro, regressou à sua pátria e ao seu lar. 

Foi longa, difícil e triste a volta, pois ele não mais dispunha de dinheiro para as despesas de viagem. Passou muitas necessidades, sofreu fome e frio, dormiu nas estradas e nas florestas... Nunca abandonou, porém, a idéia de que voltar para casa era seu primeiro dever.

Finalmente, chegou ao seu antigo lar. Antes, porém, de atingir sua casa, seu velho pai o avistou de longe e ficou ainda mais compadecido, ao ver o filho naquele estado de grande miséria. Seu coração paterno, que nunca esquecera o filho ingrato, era todo piedoso. O bondoso pai correu, então, ao encontro do
moço. E abraçando-o fortemente, beijou-o com imenso carinho.
Nesse momento, com lágrimas nos olhos, o filho disse ao seu pai compassivo:

— Meu pai, pequei contra o Céu e perante ti. Não sou mais digno de ser chamado teu filho. Quero ser um empregado de tua casa...

O bondoso pai, porém, que nunca deixou de amar seu filho, disse aos empregados da casa:

— Depressa! Tragam a melhor roupa para meu filho, preparem uma refeição para ele. Tragam-lhe calçado novo! Comamos todos juntos e alegremo-nos, porque este meu filho estava perdido e foi achado, estava morto e reviveu!

E todos os servos e empregados da casa atenderam imediatamente o velho pai e houve imensa alegria naquele grande lar.

O filho mais velho, porém, não estava em casa.

Achava-se trabalhando no campo. Quando voltou e viu aquela grande movimentação no interior da casa e ouviu as belas canções que os músicos acompanhavam com seus instrumentos, chamou um dos servos e perguntou o que era aquilo.

O servo respondeu:

— Foi teu irmão que chegou. Teu pai, de tão alegre e feliz, mandou que preparássemos uma ceia e uma festa, porque o jovem voltou são e salvo.

O filho mais velho, cheio de ciúme, revoltou-se contra a bondade de seu pai e não quis entrar em casa.

Em vão, o velho pai chamou-o. Mas, ele lhe respondeu:

— Meu pai, há muitos anos que te sirvo, sem nunca te desobedecer e nunca preparaste uma ceia para mim e meus amigos. Mas, para meu irmão, que gastou teu dinheiro nas orgias, em terra estrangeira, tu lhe preparas uma grande festa...

O bondoso pai, querendo vencer a revolta do filho, desviá-lo do seu ciúme e incliná-lo à bondade e ao perdão, disse-lhe:

— Meu filho, tu estás sempre comigo e tudo que é meu é teu também. Mas, é justo que nos alegremos com a volta de teu irmão, que é também meu filho como tu. Lembra-te de que ele estava perdido e foi achado. Estava morto e reviveu para nosso amor e para nosso lar.

Querida criança: certamente você entendeu tudo que o Senhor nos quer ensinar com a Parábola do Filho Pródigo.

Deus é como o Bondoso Pai da história. Deus é bom, supremamente bom e está sempre disposto a receber Seus filhos arrependidos. É preciso, contudo, que o arrependimento seja verdadeiro como o do filho caçula da história.

Percebeu como foi triste para o moço abandonar seu pai e seu lar? Viu como ele sofreu no país estrangeiro, onde nem mesmo teve as alfarrobas que os porcos comiam?

Assim acontece também com as almas que abandonam os retos caminhos de Deus. Sofrem muito, pois quem se afasta do dever e da virtude conhecerá, mais cedo ou mais tarde, as dores do remorso e as tristezas da vida.

Arrependendo-se sinceramente, no entanto, Deus o escuta e usa de bondade a alma arrependida, como o pai da parábola, que é um símbolo de nosso Pai do Céu.

Que você se conserve no bom caminho, meu filho. Mas se sentir que pecou contra Deus ou contra os homens, arrependa-se com a mesma humildade do filho pródigo. Nunca imite o filho mais velho da história, que era ciumento e orgulhoso e não teve compaixão do próprio irmão arrependido.

Deus é nosso Pai Compassivo e Eternamente Amigo. Não nos ausentemos nunca de Seu Amor. Mas, se errarmos, corramos para Ele, na estrada da oração sincera, com o coração arrependido e disposto a não errar mais. Ele nos ouvirá e virá ao nosso encontro, porque não há ninguém tão bom quanto Deus. Nem há quem nos ame tanto quanto Ele.

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