domingo, 31 de outubro de 2010

Sob os olhos da clarividente (2)




A paciente do catre transformara-se numa bailarina negra que dançava seminua. O chão era de ladrilhos brilhantes, e altas colunas egípcias levantavam-se para o teto. Sua dança sinuosa, ao som da música sensual, era toda voltada para um homem que estava recostado em um sofá baixo. Seu aspecto era de nobreza e enfado. A música foi morrendo e os últimos passos da bailarina terminaram junto ao nobre espectador, a quem enlaçou num abraço coleante.

Ainda sem perder a noção do ambiente físico em que me encontrava, vi-me participando da mesma cena, e senti uma onda de ódio e ciúme subindo-me ao peito! Pelas vestes que eu envergava, percebia-me como uma nobre egípcia, e, num assomo de cólera, saquei um punhal de sob as vestes, e investi contra ela, cravando-o em suas costas! Com um grito estertorante, ela caiu de bruços, e morreu, entre golfadas de sangue que lhe saiam pela boca!
        
Impassível diante da cena sangrenta, o nobre do sofá me arrastou para ele e, juntos, brindamos àquele meu gesto, considerado de coragem. Vi alguns escravos que entraram e carregaram aquele corpo que, até há pouco, era uma promessa de vida e de prazer!
        
Ainda absorta naquela cena de alegria macabra, senti, subitamente, uma pesada mão no meu ombro e ouvi a voz da bailarina negra a me dizer:
        
- Voltarei um dia, e você me pagará!...
        
Na última cena que presenciei, vi-me na roupagem da nobre egípcia, com os olhos arregalados, como se fossem sair das órbitas, e, ao meu lado, o espírito da bailarina negra, Nicácia! Vivamente impressionada pelo que acabava de ver, voltei-me para Mãe Tildes, implorando socorro:
        
- Não entendo, minha Mãe, porque, de tantos crimes que já cometi em outras encarnações, conforme você já me disse, esse me horrorizou tanto!
        
Em vez de Mãe Tildes, quem me respondeu foi o mentor espiritual, Pajé:
        
- Seus crimes – disse ele – sempre tiveram um cunho impessoal, em enredos políticos e na tentativa de evoluir os outros. Este, porém, foi todo pessoal, e é por isso que Nicácia está, agora, nas suas mãos. Se salvá-la, você dará testemunho da sua missão, e aproveitará a única oportunidade de conseguir o perdão do crime cometido num momento de paixão.
        
Prometi, então, que dedicaria toda minha vida ao bem da verdade e da cura, e, mais uma vez, obriguei meus olhos ao Cristo.
        
Num instante me transportei para a Casa Transitória, e vi a equipe de médicos espirituais que cuidavam de Nicácia, perdendo, por momento, a consciência no plano físico. Vi que conversavam entre si, e pelo que diziam, fiquei sabendo que Nicácia teria que permanecer na Terra ainda por dois anos.
        
Voltei junto com os médicos, e retomei a consciência no modesto aposento. Estava ainda segurando as mãos da mulher, que voltava lentamente a si. Percebi que chorava, e perguntava pela filha, de nome Lídia.
        
Subitamente, vomitou um miasma repelente, salpicando-me a roupa. O ambiente se desanuviou e, aliviados, todos agradeceram a Deus e a Seta Branca, pelo restabelecimento da doente.
        
Exausta e abatida, abandonei a cena e refugiei-me na cabina do meu caminhão, onde chorei copiosamente, de dor física e moral.
        
Nicácia morreu do coração, dois anos depois!
        
A clarividente se calou. Lá fora, um galo cantou o prenúncio da madrugada fria. Despedi-me da missionária e encaminhei-me ao meu quarto. Estranho sentimento compungia-me o coração. Suas palavras e as cenas descritas estavam vivas nos meus sentimentos. Pensamentos cheios de conclusões cruzavam minha cabeça. Agora, percebia muita coisa que, antes, me passava despercebida. Atinava, então, porque a gente não entende uma clarividente quando é autêntica. Não basta ver o passado e o futuro. É preciso toda a responsabilidade, envolvimento e, principalmente, muito amor e dedicação...
        
Neste resto de noite dormi cheio de presságios. Amanhã, seria outro dia a ser dedicado aos meus irmãos...

Bezerra de Menezes




A CORAGEM DA FÉ

Filhos, as páginas que ora vos endereçamos do Mais Além, reunidas
neste singelo opúsculo, foram escritas tão-somente com o propósito de
encorajar-vos na luta pelo ideal que abraçastes, sob o pálio da doutrina do
Evangelho Restaurado, que é o Espiritismo, perseverando, sem
esmorecimento, na tarefa da própria renovação que, sem dúvida, se vos
constitui no objetivo maior da existência.

De nada vale o brilho da inteligência, se o coração permanece às
escuras.

A reencarnação que não promove o renascimento moral da criatura,
não passa de ato que não está à altura de sua transcendência e significado.

O conhecimento espírita é, sem dúvida, a melhor oportunidade de
conscientização para o homem que pretende libertar-se do cativeiro de
milenar comodismo espiritual, afastando-se, em definitivo, das sinuosas
estradas da ilusão, com, até então, diminuto aproveitamento das lições que lhe possibilitam o crescimento diante da Vida.

Refletindo, assim, sobre o teor de vossas responsabilidades nos deveres
que sois chamados a cumprir na Seara, uma vez que não mais vos será
possível o recuo, sem graves comprometimentos de ordem cármica, não
olvideis a sábia advertência que o Mestre dirigiu aos cristãos de todos os
tempos: "Todo aquele, pois, que me confessar diante dos homens, também eu o confessarei diante de meu Pai, que está nos céus; e o que me negar diante dos homens, também eu o negarei diante de meu Pai, que está nos céus."

Bezerra de Menezes


PERSEVERAI

Filhos, perseverai no testemunho da fé espírita que abraçastes, ante a
revivescência do Evangelho do Senhor.

Não recueis ante as provas que vos são necessárias ao burilamento.

Sustentai a coragem na luta, conscientes de que toda conquista nos
domínios do espírito reclama esforço e sacrifício continuados.

Ninguém ascende aos Cimos de passo preso à retaguarda.

A Doutrina Espírita liberta o pensamento, no entanto aquele que
procura superar o comodismo intelectual de séculos sempre encontrará
oposição.

É natural, pois, que as trevas conspirem contra os vossos anseios de
elevação.

Os espíritos, quer encarnados, quer desencarnados, habituados à
mesmice em que vivem, haverão de pelejar para vos desalentar em vossos
novos propósitos na existência.

Muitos vos tentarão com o imediatismo dos prazeres mundanos e com
as facilidades materiais do caminho.

Outros urdirão sofismas, com o intento de vos afastar dos objetivos
superiores que concentrastes, na necessidade de renovação íntima.

Sem que percais de vista a trajetória do Cristo, não olvideis que a obra
da redenção humana diz respeito a cada espírito em particular.

A hora do testemunho é uma hora solitária.

Em torno, apupos e injúrias, hostilidade e incompreensão.

Não raro, amigos e companheiros permanecerão à distância, vos
contemplando as reações.

Convosco, não tereis por escora, na áspera subida, outra que não seja a
cruz que vos pesa nos ombros.

Quase ninguém vos verá o pranto que se vos escorre na face,
confundindo-se com o suor derramado no cumprimento do dever.

Inevitável, a sensação de extremo abandono dos homens, que vos deve
induzir a bem maior confiança em Deus.

Filhos, não permuteis o que é eterno pelo que é transitório.

Embora sob duros reveses, insisti na prática do bem aos semelhantes e
tomai a iniciativa do perdão, na certeza de que o tempo urge e que, ao termo da vossa caminhada sobre a Terra, não tereis outro Céu que não seja o da
consciência tranqüila.

Bezerra de Menezes

HISTÓRIA DA NYATRA




HISTÓRIA DA NYATRA

As Nyatras foram trazidas por Koatay 108, em abril de 1984, inicialmente compostas por sete ninfas Lua, para participação no 1º de Maio daquele ano. Têm função específica na Estrela Sublimação (*), quando na condução do Santo Nono – as Esmênias e seus mestres – para os esquifes. As Nyatras não podem participar do trabalho como Esmênias. A Primeira Nyatra é a Ninfa Lua Jorgelina Henrique Bahia (Jojô), consagrada em 1.5.88, tendo como Adjunto de Apoio o Adjunto Trino Muray, Mestre Ademar, sendo os prefixos Nepia e Nepia-Ra. Segundo instrução de Koatay 108, as Nyatras seriam somente ninfas do Templo-Mãe. Todavia, em reunião de março/99, os Trinos Presidentes Triada estabeleceram que a falange teria componentes dos Templos do Amanhecer. Em suas origens, as Nyatras eram um número reduzido de religiosas que, com a ajuda do Cavaleiro da Lança Vermelha, levavam conforto às famílias das jovens que iam para o sacrifício, atualmente representadas pelas Esmênias. Exceto para os cantos do Turigano e do Leito Magnético, onde apenas uma Nyatra faz emissão e canto, sempre a presença é de duas missionárias, no mínimo, em cada trabalho ou Sanday.


CANTO DA NYATRA:

SALVE DEUS! MEU MESTRE REINO CENTRAL, ESTAMOS A VOSSA MERCÊ. Ó, JESUS, CAMINHAMOS NA DIREÇÃO DA ESTRELA TESTEMUNHA, QUE NOS REGE NESTE UNIVERSO! CAMINHAMOS NA FORÇA ABSOLUTA DE DEUS PAI TODO PODEROSO. SOU ESCRAVA DO CAVALEIRO VERDE ESPECIAL! CONFIANTE NOS PODERES DIVINOS, EMITO O SEU PRIMEIRO PASSO PARA QUE O PODER DE NOSSAS HERANÇAS TRANSCENDENTAIS NOS CHEGUEM PARA A CONTINUAÇÃO DESTA JORNADA. E COM A LICENÇA DE VOSSA MERCÊ, PARTIREI SEMPRE COM - O -// EM CRISTO JESUS. SALVE DEUS!

Evangelho por Mário Sassi (4)





Mas, será que os discípulos estão recebendo os ensinamentos? Até que ponto estamos sendo autênticos em nossas palavras? Temos a segurança de nos encontrarmos na aura de nossa Mãe Clarividente. Imaginem os discípulos de Jesus, quando se encontravam na segurança de Sua aura! Neste momento, será que estamos ouvindo a voz de Jesus? Será que ela penetra em nosso coração? Será que não estamos fazendo dominar a nossa personalidade, os nossos maus hábitos e mesquinharias? Para os que nos procuram, a Corrente está no caminho certo. Mas será que, individualmente, estamos atingindo nossos objetivos? A nave de Seta Branca está fazendo circunvoluções, evoluções, soltando as correntes magnéticas, e nós vamos recebendo os eflúvios. A Corrente vai nos envolvendo, e vamos vivendo o Evangelho redivivo. Só existe uma aura real: é aquela que leva à possibilidade do amor dentro da pessoa, o desenvolvimento da partícula Crística dentro da pessoa. A cura desobsessiva consiste em libertar o indivíduo das cargas pesadas dos seus cobradores, afastar os espíritos para dar a eles a possibilidade de Luz. Nós tiramos as cargas magnéticas, cargas pesadas que estão presas na pessoa, abrindo espaço para que a Luz possa penetrar. Depois, impregnamos aquele espírito com ectoplasma do nosso fluido magnético animal, manipulado com a nossa Doutrina. O espírito, então, cresce e se desliga ao receber esta energia benéfica. As células daquela pessoa que é beneficiada começam a receber as energias da Corrente Mestra e vão se reativando, se revitalizando, e o espírito recebe a cura, a cura desobsessiva, porque aquele esclarecimento tirou a obsessão e fez com que ele, mesmo sem saber, tivesse clareado o seu Sol Interior e iniciasse o caminho para Deus. Esta é a verdadeira cura! Agora, se pegarmos uma pessoa, independentemente de saber qual o seu carma, só porque sabemos que temos muito poder de cura mediúnica, mal assessorados, porque, na nossa Doutrina, o poder está na reunião de forças dos Jaguares, aí estaremos interferindo no carma daquela pessoa. E, depois, como é que vamos afastar uma doença que Deus, em Sua infinita misericórdia, concedeu àquele espírito em sua trajetória cármica, para ele sofrer na Terra através daquela doença e poder chegar até Deus, pagando seu carma? É o carma daquele espírito. E seus reajustes, como ficarão? E nós, como poderemos ser felizes se utilizamos nosso sacerdócio para prejudicar aquele espírito? Entraremos em choque conosco mesmos, em dúvida com o nosso trabalho. Então, queremos que todos percebam a diferença entre uma visão puramente humana do Sistema de Jesus e a visão espiritual de quem tem uma individualidade. Daqui por diante, só nos será permitida a visão da nossa individualidade. Salve Deus!

terça-feira, 26 de outubro de 2010

HISTÓRIA DA CIGANA TAGANA




HISTÓRIA DA CIGANA TAGANA

As Ciganas Taganas são lideradas pela Primeira Cigana Tagana, Ninfa Lua Marlete, tendo como Adjunto de Apoio  o Comandante Adjunto Rolzo, Mestre Edmundo. Nos planos espirituais, são responsáveis pela triagem dos espíritos recém chegados da terra. Sendo seus prefixos Darã e Darã-Ra.



Falange de Ciganas Taganas
A falange de Ciganas Taganas foi criada no dia 6 de fevereiro de 1982.

Canto
Nossa Mãe clarividente quando trouxe o nosso canto afirmou que somos a única falange que tem a permissão de falar com Deus. Por isso devemos ser pequenas em humildade e amar incondicionalmente para alcançarmos a condição que nos foi confiada.

Oh! Jesus.
Nessa bendita hora,
Eu quero falar com Deus.
Quero sentir todo o meu amor,
Eu sou uma pequena ninfa, sou uma tagana,
Que desejo servir por todo o universo,
Na luz iniciatica do santo evangélio.
Venho do mundo verde,
Em missão especial de uma nova era,
Na esperança de um mundo melhor,
E na grandeza de Deus pai todo poderoso,
Aqui estarei sempre,
Com -0-// em ti Jesus querido,
Salve Deus!

Significado da Indumentária:

Taça
Simboliza o carma, porém, não simboliza o sofrimento do carma e sim o poder que Deus nos confiou de transformar os carmas de nossos irmãos encarnados, dando-lhes a oportunidade e a condição de resgatar suas dívidas e assim partirem para Deus.

Vestido e capa
O preto: É a magia de nosso Senhor Jesus Cristo;
O verde: É o mundo verde (Esparta).

Gola
O vermelho: Representa o cavaleiro de lança vermelha (força desobsessiva);
O Rosa: Representa o amor incondicional;
O Verde: Representa comando;
O Amarelo: Representa a sabedoria;
O Azul: Representa o cavaleiro de lança azul.     

Correntes
Substituem a fita e simbolizam a prisão.
Porém,os trinos logo após o desencarne de Tia Neiva determinaram que a falange deveria usar a fita.

- 0 – 0 – Estou pronto com todas as minhas armas e parto com minha escrava a serviço da espiritualidade maior.

A Origem Da Falange: Esparta (Mundo Verde)

Nossos Trabalhos
Oráculo de Delfos: Falávamos com os Deuses e preparávamos as Pitonisas inclusive Pytia.
         
Turigano: Fomos as responsáveis por fazer o contato com Leônidas para que recebesse Pytia. Neste trabalho nossa missão é distribuir as energias ali manipuladas, é por isso que emitimos por último.

Cruz Do Caminho: Cuidávamos dos ladrões, assassinos, criminosos, ou seja, dos homens perigosos. Nós simplesmente com um olhar hipnotizávamos esses homens com a intenção de cuidar de suas doenças e conduzi-los para Deus.

Jesus
Na época de Jesus éramos ciganas e viemos ao seu encontro, pois, tínhamos consciência de sua missão na Terra. Quando ele foi crucificado as Dhraman Oxinto sentiram-se desesperadas a ponto de abandonarem  a missão que lhes foi confiada. Então, nós, Ciganas Taganas através do poder de nossa mente criamos uma nuvem negra em torno delas, impendido assim, que fossem embora e com o nosso amor e poder de harmonia conseguimos acalma-las parra que pudessem retomar a sua missão.

Nossa Senhora Apará
Nós também trabalhávamos com Nossa Senhora Apará nos navios negreiros, cuidando dos escravos.

Rainha De Sabá
A Rainha De Sabá é a alma gêmea do Ministro Janatã e permaneceu 400 anos longe dele, pois tinha que libertar alguns espíritos que se encontravam no vale das sombras.Foi então, que a Missionária Cigana Tagana veio auxiliá-la alcançando aonde ela não podia alcançar, e assim libertando esses espíritos. Por isso a Rainha de Sabá se colocou à disposição da Missionária Cigana Tagana e de toda a sua falange.

Irmã Lívia
Nós trabalhamos  no albergue de Irmã Lívia. As missionárias desse albergue começam os seus trabalhos a partir  das 10 horas e encerram somente às 17 horas. É através do abatá que prestamos assistência a esse albergue. Por isso foi criado o abatá da falange, sendo importante a participação das missionárias nos abatás de domingo e da escala.

Trabalho de Prisão
Nós, as Ciganas Taganas, simbolizamos a libertação, dando a certeza a estes espíritos que eles partirão para Deus. Quando o mestre ou a ninfa assume a prisão e começa a pedir os bônus, a Missionária Cigana Tagana transforma esses bônus em energia e a partir daí se encontra com o cobrador do prisioneiro(a). A Missionária Cigana Tagana leva estes bônus através de energia para que aquele cobrador se sinta bem e tenha a condição de perdoar e libertar-se. Dispomos da força da harmonia por todo o universo, libertação, cura física e espiritual, transformação dos carmas e a condição de falar com Deus. Por isso nem um prisioneiro pode  libertar-se sem que a Cigana Tagana o conduza até a presença de Pai João de Enoque pela mão esquerda, que simboliza o coração e o amor.

Emissão
Quando uma missionária faz sua emissão e o canto de sua falange, todas as irmãs de falange devem ficar de pé e entrar em sintonia com ela. Pois naquele instante está sendo feita a ligação com sua falange missionária nos planos espirituais. A Cigana Tagana harmoniza em qualquer ponto do universo. O canto é o complemento da emissão, ela é um espírito que se identifica, e ao fazer o seu canto, ela agrega à sua individualidade a força da falange missionária do espaço. Por isso é preciso lembrar que a emissão e o canto devem ser feitos com o coração, isto é, colocando todo amor naquela vibração que se expande a partir de nós e sobe até os planos espirituais se espalhando pelo ambiente, acalmando as agitações e harmonizando nossos irmãos encarnados e desencarnados que estão junto a nós. A ninfa só pode fazer o canto com a indumentária da falange ou estando prisioneira.

FALANGE MISSIONÁRIA
CIGANA TAGANA

Em 1982, quando Tia Neiva apresentou a falange de Ciganas Taganas para o corpo mediúnico do Vale do Amanhecer, a missão de libertação nos trabalhos tornou-se ainda mais completa. A paixão pela liberdade é característica certa do povo cigano, nomâdes por natureza. Uma herança que é marca da falange de Ciganas Taganas, que tem por principal missão auxiliar nos trabalhos de libertação: Julgamento e Aramês. Elas precisam conduzir a todos para sua libertação com sua energia, criando um elo entre cobradores e prisioneiros. A taça que as Ciganas Taganas carregam em sua indumentária está ligada à sua missão libertadora, simbolizando o carma. Mas, ao contrário do que se pode pensar, não é o sentido do sofrimento que a palavra induz, e sim a condição que essa falange tem de ajudar e de modificar os carmas. Na roupa trazem ainda as cores verde, remetendo às sua origens no mundo espartano, e preto, para representar a magia de Jesus Cristo. No Oráculo de Delfos, as Ciganas já se faziam presentes, dispondo da força desobsessiva e curadora da Rainha de Sabá. Essas missionárias recolhiam os feridos das batalhas e os doentes e os levavam para a Cruz do Caminho, onde faziam contatos com os deuses e os julgamentos. Ao longo da história, estiveram firmes à sua missão. A Cigana Tagana, guia da falange que leva seu nome, descia com Nossa Senhora Apará aos navios negreiros, para amenizar as dores dos escravos. As Ciganas têm permissões para adentrar os umbrais para iluminar aqueles que sofrem. “Uma luz no meio de outras luzes, por maior que ela seja, se perde. Agora, uma luz no meio da escuridão ela se faz presente, tem o seu real valor. A Tia dizia que nós, Ciganas, somos uma luz na escuridão para guiar e conduzir aqueles que necessitam de libertação, cura e harmonia”, ressaltou a primeira Cigana Tagana, Marlete Queiroz, à importância da missão dessa falange, reforçado pela Tia Neiva quando ela diz que “Uma Cigana Tagana pode harmonizar não só um trabalho espiritual, como qualquer ponto do universo”.

CANTO DA CIGANA TAGANA:

Ó, JESUS, NESTA BENDITA HORA, EU QUERO FALAR COM DEUS! QUERO SENTIR TODO O MEU AMOR! EU SOU UMA PEQUENA NINFA, SOU UMA TAGANA, QUE DESEJO SERVIR, POR TODO O UNIVERSO, NA LUZ INICIÁTICA DO SANTO EVANGELHO! VENHO DO MUNDO VERDE EM MISSÃO ESPECIAL DE UMA NOVA ERA, NA ESPERANÇA DE UM MUNDO MELHOR. E NA GRANDEZA DE DEUS PAI TODO PODEROSO, AQUI ESTAREI SEMPRE COM -0-// EM TI, JESUS QUERIDO! SALVE DEUS!

Evangelho por Mário Sassi (3)




Salve Deus! Uma das coisas que mais me impressionou foi esta possibilidade fisiológica de nos encontrarmos com Jesus, este Mestre Jesus, que se tornou tão pequenino, se tornando uma partícula crística, para residir dentro de cada um de nós. Esta partícula tão pequena, um átomo crístico, que se incendeia dentro de nós e produz uma explosão atômica do átomo crístico, principalmente no coração do Jaguar. Nós, que já fomos bárbaros, que já passamos por situações difíceis, atravessamos civilizações, nunca tivemos uma realização espiritual tão grande como a que ora se nos apresenta. Nós começamos, realmente, quando se iniciou a preparação do terreno para a vinda de Jesus. Tínhamos uma ansiedade milenar, um desejo muito grande de encontrar um caminho para o Céu, ou seja, o retorno ao nosso planeta de origem, nossa querida Capela. Trezentos anos antes da chegada de Jesus, começamos, no Oráculo de Delfos, a nossa jornada, hoje relembrada no trabalho de Unificação. Em nossa jornada, procurávamos um ponto comum de referência que saciasse os desesperos íntimos dos nossos corações. Este ponto de referência foi Pytia, que hoje encarna nossa Clarividente Neiva. Quando chegou o dia em que os céus tiveram que se abrir para a chegada de Jesus, tremendas modificações planetárias e sísmicas aconteceram. Não há registros, porque a História só conta os fatos localizados. Na América, houve a desintegração dos Homens-Pássaros; na Europa, que já existia, não houve qualquer notícia a respeito. O ser humano, em sua encarnação, vive numa escuridão muito densa e é limitado. Compara-se a um escafandrista que só possui aquele tubinho para respirar. É como os peixes, que só podem viver dentro da água.  O ser humano só tem pela frente um visor, que é o seu carma, sua vida. Só percebe aquilo que vê, que ouve e que apalpa. Seus sentidos são reduzidíssimos. Mas vem Pytia, a grande missionária, e estabelece uma abertura para o Céu, para as coisas que estão em torno de nós e que, na verdade, fisicamente não percebemos. Nossa Clarividente nos trás, então, o Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo, e nos ensina a viver, alheios ao que os outros estão fazendo em outras religiões. Nós só vislumbramos aquele farol crístico que seguimos, que é Tia Neiva. Achamos tão natural seus ensinamentos que ela é, para nós, simplesmente Tia Neiva, nossa Mãe. O grande fenômeno da Clarividente, que desvendou para nós todos os mistérios do Sistema Crístico, deste mesmo Jesus, por quem tanto esperamos durante tantos milênios, é que, com a sua chegada, nos proporcionou muita confiança, desvendando tudo isso para a nossa individualidade, para a nossa percepção transcendental, para tudo aquilo que representa o nosso acervo de velhos Jaguares, experimentados, que conhecem todas as formas religiosas e sociais da Terra. Isso explica nossa indiferença por outras formas de religiões, cultos, etc. Estamos nesta tribo coesa, temos uma nave com a segurança de Pai Seta Branca e desses Espíritos Iluminados que nos assistem, e a segurança da Clarividente. Mas, agora,  nesta partida, chegou o momento de colocarmos nossa roupagem de gala, chegou o momento em que a Humanidade já não está encontrando nada, em lugar nenhum, para poder se agarrar. Tudo indica que a esperança somos nós, porque estamos com aquele Jesus, aquele átomo crístico desenvolvido. Conhecemos e desenvolvemos o nosso Sol Interior e, por isso, somos chamados magos e cientistas do Evangelho! Qual o médium desta Corrente que não sabe o que é carma, Sol Interior, Sol Simétrico, plexo físico, etc.? Além do “Eu”, temos, para aprender estas coisas com mais facilidade, o 1º Mestre Jaguar, com seu grande Ministro Araken, que vem, como um raio, penetrando no coração dos Centuriões, jogando lá dentro aquelas palavras candentes. O Jaguar não faz quaisquer comentários sobre esta Doutrina – ele a vive intensamente. Estamos vivendo Jesus, o Grande Mestre que nos trouxe abertura para todos os planos espirituais. Ele chegou e percorreu todos os caminhos da Terra, permitiu as soluções cármicas para todos os seres humanos e se fez tão pequeno nos nossos corações. Este é o Jesus vivo de Reili e Dubale, como diz nossa Mãe Clarividente. Mas este Jesus, que se fez tão pequeno, aproveitou, também, todos os ódios, todas as guerras, todas as manifestações de energia humana-animal e tornou tudo aquilo improdutivo, para que os espíritos pudessem se libertar das coisas da Terra. Em nossa vida de Jaguar estão contidas todas as experiências  humanas de violência, grosseria, descrença, comando, encarnações de reis, de escravos, etc. Jesus aproveitou as coisas claras e as ocultas, as coisas terríveis e as boas, as pestes, os terremotos, as violências, as guerras, etc. Tudo isso Jesus envolveu naquele grande sistema que permitiu a grande dor e a recuperação cármica dos seres humanos. A Clarividente constantemente reaviva fatos passados para que penetrem em nossos corações. Reili e Dubale são figuras simbólicas extraordinárias. Quando os componentes passam pelo Radar, todos se parecem no mesmo turno. Eles se completam, e parece que, naquele momento, está passando um exército. Naquela hora, em que passamos ali, estamos levando conosco todas as recordações e a saudade daquele tempo, em que lutávamos por razões variadas. Ali, passamos a ver a inutilidade da vida terrena. Agora, estamos em outra guerra e esta é contra os vales negros da incompreensão. Os mesmos soldados, os mesmos cavaleiros, os mesmos príncipes daqueles tempos estão aqui lutando, e todas estas coisas nos foram dadas por Jesus. Neste mundo – que não é só dos Jaguares mas, sim, que é de Jesus – estamos oferecendo a Ele nossos préstimos e nosso trabalho. É por isso que mantemos nossa Doutrina em constante operação. É a nossa ansiedade de dar ao mundo aquilo de que ele precisa e que temos sobrando, e que precisamos usar, para poder nos redimir, na Lei do Auxílio. Respeite as outras religiões. Não se preocupe com elas, pois cada uma está dentro de sua faixa cármica e cada uma tem a sua sensibilidade. É preciso viver o Evangelho, lembrando de todas as coisas. Precisamos tomar cuidado para não cairmos nas velhas estradas, porque nossas heranças não o permitem. Mas, devemos ter cuidado pelo que poderá nos acontecer, por causa da dor que resulta. Tudo o que se passa na Terra, todos os nossos atos, todas as coisas que acontecem, todas as coisas da nossa vida, todas as dores, os percalços, tudo isto faz parte de um sistema perfeito que Jesus aproveitou, inverteu a polarização e permitiu que estas dores, a partir do ponto em que Ele iniciou o seu sistema, viessem a se transformar em combustível para a evolução do espírito. A base principal do Sistema Crístico implantado é a Lei do Auxílio. Mas, como as pessoas, para serem auxiliadas, não se contentam com um simples toque de mão, Tia Neiva constituiu um sistema para a Lei do Auxílio, com indumentárias brilhantes, com posicionamentos ritualísticos, elegantes, etc. que, além de facilitar a própria recepção do médium, oferecem maior possibilidade aos espíritos que nos procuram, dentro da Lei do Auxílio. Dentro do processo do Evangelho, tudo que nós temos e vivemos é o Evangelho vivo, de Nosso Senhor Jesus Cristo. Ele deixou uma parte oculta, para aqueles que têm olhos para enxergar. Isto ocorre porque, se todos tomassem conhecimento do segredo do Sistema Crístico, poderiam destruir o próprio Sistema. É por isso que transmissões iniciáticas, de mestre para discípulo, são feitas de maneira verbal. Não adianta ensinar aos que têm a mente despreparada para receber o ensinamento. Jesus preparou o Sistema. A Clarividente veio e, antes de nos dar esta fase atual, ela passou pelo Angical, passou, no Século XVII, com Pai João e Pai Zé Pedro, e preparou todo o Sistema que, hoje, está pronto. Preparou, também, o nosso Sol Interior. Chegou a hora de procurarmos avivar mais a nossa memória e começarmos a utilizar mais a nossa experiência para a nossa própria vida. Estas são as coisas que eu gostaria que começássemos a recordar, porque temos milênios para trás, e o Terceiro Milênio está batendo à porta. Não sabemos o dia de nossa partida, mas uma coisa é certa: nosso trabalho vai começar agora, no Terceiro Milênio. Nós transmitimos amor, paz e humildade.

Sob os olhos da clarividente







OS PRIMEIROS PASSOS

Sentamo-nos, a Clarividente e eu, aproveitando uma pausa de nossos trabalhos mediúnicos.

A noite se alongava na madrugada quieta do Vale do Amanhecer, e vacilávamos em nos entregar ao repouso, face às inquietações trazidas do mundo invisível, resíduos naturais das centenas de pessoas que haviam passado por nós em busca de socorro espiritual.

- Em 1960, – dizia ela a, respeito do seu quadro espiritual e missionário – sim, em 1960, eu não tinha uma conduta moral adequada ao meu quadro mediúnico, embora minha clarividência fosse tão grande como agora. 

Apesar das advertências de meus Mentores, aos quais dava pouca atenção, pensava que caridade era revelar tudo o que ouvisse do passado ou do futuro das pessoas que me procuravam. Não tinha qualquer preocupação ou escrúpulo com o que essas revelações pudessem trazer a elas, ainda que fosse a loucura. Já havia feito meu juramento espiritual, no qual penhorara meus olhos ao Cristo em prol da verdade, e julgava que isso bastasse.
        
Interrompi a narrativa:
        
- Mas, isso era assim tão mau?
        
- Com essa atitude, as pessoas saíam de perto de mim pior do que quando chegavam! Fui, então, colocada ao lado de um vidente, não clarividente, tão irresponsável quanto eu na ocasião.
        
- Percebo. – disse eu – Não tinha remorsos por impressionar assim as pessoas?
        
- Não, – respondeu – exatamente ao contrário. Devido ao juramento, julgava que era obrigada a dizer tudo, desde que dissesse a verdade.
        
E continuou:
        
- Certa vez fui a um psiquiatra, pois me julgava desequilibrada, e quase matei o pobre homem...

- Como?
        
- Enquanto ele me ouvia, procurando entender o meu caso, deparei com uma figura ao seu lado, que fazia gestos, chamando minha atenção, pois, como você sabe, eu vejo e ouço nos dois planos, simultaneamente. É como se me desdobrasse em duas ao mesmo tempo. Esse fenômeno, no princípio, me atordoava. Com o tempo, porém, consegui manter minha atitude coerente no mundo físico, como se nada estivesse vendo ou ouvindo. O fato é que o espírito de um senhor de certa idade insistia em dizer que era o pai do psiquiatra e que havia morrido há dois meses.
        
- E a senhora, o que fez?
        
- Não tive dúvidas, fui logo dizendo para o doutor: olhe, seu falecido pai está ao seu lado!
        
- Mas, – perguntei eu – não foi bom ter acontecido isso? A senhora não deu uma prova da existência do espírito?
        
- Não! Minha missão ali era a de receber o que o psiquiatra pudesse me dar, e não fazer uma demonstração de minhas qualidades mediúnicas. E, também, arrisquei muito. E se aquele espírito não fosse do pai dele e ele ainda fosse vivo? Quantas vezes os espíritos sofredores mistificam com perfeição, tomando a aparência das pessoas, dando endereços e indicações corroboradoras do que pretendem afirmar? Com a minha atitude eu já caminhava para a loucura e levava os que me cercavam para o mesmo caminho.
        
Fez uma pausa, e prosseguiu:
        
- Nesse tempo, fui procurada por uma senhora idosa, de aspecto doentio, que disse precisar de mim. Estava muito doente e não tinha recursos para procurar um médico. Eu morava no Núcleo Bandeirante, e estava pronta para ir ao Plano Piloto, tratar de meus negócios. Eram mais ou menos onze horas da manhã e, com receio de perder os encontros, pedi que ela me esperasse, e saí. Levei comigo meus dois filhos pequenos, que me ajudavam um pouco no ganha-pão cotidiano. Mergulhei nos negócios e esqueci da mulher. Absorvida em meus afazeres, não percebi o tempo passando. Havia almoçado com meus filhos e, subitamente, justo às três horas da tarde, percebi a presença, junto a mim, de um Guia, que me disse:
        
- Neiva, volte depressa para sua casa. Aquela mulher que você deixou à sua espera, esta manhã, está passando muito mal, e vai morrer. O seu pessoal, em casa, está apavorado, e não sabe o que fazer!
        
Assustei-me, mas, ao mesmo tempo, me senti revoltada com essa interferência indevida na minha vida. O Guia, porém, insistiu, acrescentando:
        
- Essa é sua cobradora, um espírito que foi sua vítima numa encarnação passada. Vá depressa!
        
Agastada com a insistência, respondi, sem perceber que falava no plano físico:
        
- Ela que morra! Não vou deixar minhas obrigações por fazer. Afinal, tenho que comer, não tenho? Tenho que ganhar dinheiro, não tenho? Não, não vou!...
        
Vendo que eu estava falando sozinha, meu filho, espantado, perguntou o que eu dissera, e tive que lhe explicar que estava falando com um espírito.
        
- Quem era? – perguntou ele.
        
Respondi, então, que o espírito de chamava Mãe Tildes, nome abreviado de Mãe Matildes. Nesse tempo, essa querida amiga do plano espiritual já estava ao meu lado.
        
- E a senhora foi? – perguntei.
        
- Não. – disse ela – Só cheguei em casa pelas seis horas da tarde. Encontrei o Jair, um dos meus irmãos de trabalho, a ponto de ficar louco, pois a mulher estava agonizante. Diante desse quadro, fiquei desesperada. Nisso, percebi a presença do Vovô Indu, o médico espiritual que nos assistia em assuntos de doença. Olhei, então, na minha clarividência, e compreendi que se tratava de um reajuste espiritual. Só assim me apercebi da minha responsabilidade. Aquela mulher, deitada na cama rústica, semimorta, iria agora desafiar o meu poder mediúnico! Naquele instante, fiquei na dependência da fé, nos fenômenos que até então me pareciam simples visões enganadoras.
         
Mãe Tildes, sem perda de tempo, começou a desenrolar o quadro de meu reajuste com a mulher. Enquanto isso, por sugestão dela, segurei as mãos da moribunda. Na minha aflição, concentrei-me no plano espiritual, sem perder o sentido no plano físico. Percebi que vários espíritos se movimentavam em torno da paciente, e ouvi Vovô Indu explicando que se tratava de um problema cardíaco.
        
No plano físico eu ouvi uma voz bem junto de mim dizer: Se essa mulher morrer, vai dar um “bode”!...
        
Senti o peso da responsabilidade sobre meus ombros. Tudo porque não quisera ouvir a voz amiga de Mãe Tildes! Se tivesse vindo logo, teria providenciado a remoção da mulher para o médico, enquanto havia tempo. Agora, o perigo era a mulher morrer ali em casa.
        
Avaliei minha posição e, então, pela primeira vez, prometi ao Pai Seta Branca que, dali em diante, obedeceria aos espíritos e procuraria amar as pessoas.
        
O quadro que Mãe Tildes desenrolava como se fosse um filme cinematográfico, continuou.
        
Mergulhei numa outra dimensão, no passado remoto, sem perder, nem por um momento, a noção do ambiente físico em que me encontrava.